Os ministros do Ensino Superior e da Coesão Territorial, Manuel Heitor e Ana Abrunhosa, respetivamente, visitaram, na última sexta feira, as instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH), numa deslocação que teve como objetivo reconhecer o trajeto desta escola e começar desde já a projetar o seu futuro.
Tendo em conta o trabalho desenvolvido e o crescimento verificado nos últimos anos, o titular da pasta do ensino superior entende que é altura de começar a “projetar o desenvolvimento desta região” apostando, sobretudo, na “diversificação da sua oferta de ensino superior, com mais cursos de curta duração, os chamados cursos tecnológicos, em estreita ligação com o ensino profissional que nesta zona é reconhecido a sua qualidade”.
Apostado em fazer crescer esta região de interior através do “conhecimento e da inovação”, o ministro Manuel Heitor mostrou, assim, disponibilidade para “trabalhar” o financiamento de umas novas instalações para a escola superior de Oliveira do Hospital, que funciona num edifício, cedido pelo Município, que já foi quartel dos bombeiros, tendo vindo a sofrer sucessivas remodelações para acolher todos os serviços da escola. Apesar de reconhecer que o ensino superior não são só instalações e que “vimos aqui pessoas muito mobilizadas”, o ministro admitiu, todavia, que “esta escola tem hoje um padrão de desenvolvimento e de qualidade que merece evoluir para um padrão diferente”.
“É para isso que estamos hoje aqui, para ajudar as forças vivas da região e do Município neste processo”, afirmou o governante, não deixando dúvidas que “este projeto, nesta zona, tem de estar incluído nos planos de financiamento do futuro”. “Eu não conheço nenhuma boa ideia que não seja financiada, esta é uma boa ideia, temos que identificar fontes de financiamento” para sua concretização, assegurou ainda o ministro, numa referência ao projeto que o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital tem atualmente para esta escola e que passa pela requalificação da escola do primeiro ciclo da cidade, que vai ficar vaga com a construção no novo campus educativo.
José Carlos Alexandrino aproveitou para lembrar o trajeto nem sempre pacífico desta escola, quando em 2010 “houve uma ofensiva para a fechar”, o que suspendeu o projeto que então existia de construção de umas instalações de raíz num terreno adquirido pelo Município com esse objetivo. A indefinição vivida durante alguns anos foi entretanto ultrapassada, conseguindo-se “segurar a escola em Oliveira do Hospital contra muitos que a quiseram fechar” recordou o autarca que, sem financiamento para uma escola superior de raiz, lançou a ideia de adaptar as instalações da escola do 1º ciclo da cidade, o que “é possível com um financiamento 1,5/ 2 milhões de euros”, diz.
“Por isso há aqui alguns caminhos, devemos já começar a trabalhar neste projeto definitivo de umas futuras instalações, e a escola fica no centro da cidade”, afirmou o edil, que agradeceu ao ministro Manuel Heitor o conjunto de políticas que tem implementado no sentido de aumentar o número de alunos nas escolas/ universidades do interior. Também relativamente ao alojamento para estudantes, que começa a faltar na cidade, Alexandrino adiantou estar a ser analisada, com os proprietários do antigo Hotel S. Paulo, a possibilidade de transformar aquele imóvel numa residência universitária, com quartos a preços acessíveis.
“Oliveira do Hospital precisa de uma escola nova”
A trabalhar em articulação com a direção da ESTGOH e da Câmara Municipal para encontrar uma solução para a escola, também o presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Jorge Conde, entende que “estamos a chegar a uma altura em que é obrigatório” resolver o problema das instalações, bem como do alojamento dos alunos na cidade oliveirense, lembrando que a ESTGOH, só nos últimos três anos, duplicou o número de alunos, tendo atualmente mais de 600 alunos.
Realçando que “nada se faz sem ideias e sem projetos”, para a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esta visita mostra que “o IPC precisa de uma escola nova em Oliveira do Hospital”. “Sobre isso não temos dúvidas”, frisou a governante, lembrando que os fundos comunitários existem não para financiar edifícios, mas para através desses edifícios “possamos ter projetos de ensino de qualidade”. “Nunca faltaram fundos para bons projetos”, garantiu, sublinhando a importância dos Politécnicos para a coesão destes territórios.