Junta de Freguesia quer inverter “abandono” da zona antiga da cidade.
“É uma festa portuguesa, com certeza” e vai ter como epicentro, este fim de semana, a zona antiga da cidade de Oliveira do Hospital. Trata-se de mais uma edição de “Há Festa na Zona Histórica” que, nos próximos três dias, promete dar vida e animação a uma das áreas da cidade que mais tem sofrido de “desertificação”.
Foi precisamente com o objetivo de chamar a atenção para este problema que a Junta de Freguesia decidiu, há quatro anos, lançar esta festa popular, juntando a tradição, ainda muito enraizada naquela zona da cidade, de festejar os santos populares, à importância de alertar as “entidades máximas do Município” para a necessidade de requalificação do “casco histórico”. “Esta zona tem sido esquecida nos últimos vinte anos ao ponto de se desertificar e degradar” considera o presidente da Junta, Nuno Oliveira, que não esconde o sonho de ver transformada esta área da cidade num “pólo de atração e potencial turístico para quem nos visita”.
Nuno Oliveira entende que, apesar do momento de dificuldades que o país e as autarquias atravessam, este é um investimento que deveria “começar a ser pensado e estruturado”, no sentido de inverter o “esvaziamento residencial e comercial” a que esta zona tem estado sujeita nas últimas décadas. “Pode haver várias formas de o fazer, uma delas pode ser através de criação de incentivos à requalificação de imóveis degradados ou através da isenção de taxas e impostos municipais” sugere o jovem autarca, empenhado em dar visibilidade a esta zona “típica” da cidade oliveirense.
À semelhança do que tem acontecido em muitos outros centros históricos, Nuno Oliveira não tem dúvidas que esta zona fosse pedonal “poderia ser uma zona forte em termos de comércio tradicional de qualidade”. “ A ideia era fechá-la ao trânsito e transformá-la numa espécie de centro comercial ao ar livre, com um conceito diferente de comércio, tradicional e ao mesmo inovador ”, adianta o presidente da Junta, para quem a regeneração urbanística desta zona da cidade podia passar também por um outro conceito, já em voga noutros países, de “albergue ao ar livre”. A ideia passava por entregar a gestão do parque imobiliário a uma entidade que restaurasse o património, sendo que “cada proprietário era obrigado a ceder, em contrapartida, um espaço comum, que poderia ser uma sala, um quarto, um hall de entrada”, explica o autarca, julgando que este é um modelo que podia “resultar”, quer do ponto de vista habitacional, quer em termos turísticos.
Para já e enquanto não são dados passos para a requalificação da zona histórica, a festa que tem lugar este fim de semana, assume-se como uma “oportunidade” de “relembrar o valor deste espaço da cidade”. “Quantos mais olhos virem e mais gente falar nisto, mais estamos a chamar a atenção para a importância da requalificação desta zona ”, entende o presidente que, de ano para ano, tem conseguido projetar este evento, sendo demonstrativo da sua dimensão, a quantidade de iniciativas que este ano se juntam à Festa. Desde a gastronomia, ao artesanato, exposições, animação musical, a Festa na Zona Histórica conta, este ano, com a parceria da Delta que, promove este sábado, um almoço solidário, cujas verbas vão reverter para a ARCIAL.