Cinco anos depois do grande incêndio, o Município de Oliveira do Hospital voltou a homenagear as vítimas do 15 de outubro, com a celebração de uma missa na igreja matriz que foi antecedida pelo acender de 13 velas em memória dos 13 oliveirenses que morreram no fogo.
Uma cerimónia carregada de simbolismo e de emoções, que contou com a presença de muitos dos familiares das vítimas que não escondiam , nos rostos, as marcas de um dia triste.
Uma homenagem que o presidente do Município oliveirense, José Francisco Rolo, aproveitou também para dirigir ao concelho que “pelo lado dos cidadãos, das empresas conseguiram reerguer-se das cinzas”. “Recuperámos as casas, a indústria que foi fortemente afetada, o setor agro-pecuário e estamos empenhados num processo de recuperar o património florestal”.
“Todos nos lembramos do dia 16 de outubro em que o concelho fumegava, felizmente conseguimos reerguer-nos e olhar para o futuro com esperança”, afirmava esta tarde o edil, enquanto ecoavam do sino da igreja as 13 badaladas em homenagem às vítimas mortais.
Cindo anos volvidos, José Francisco Rolo não tem dúvidas que o grande incêndio “mudou radicalmente a face do concelho”, e mudou também “radicalmente as nossas vidas”. “Há ainda muitas sequelas na vida das pessoas” constatou, lembrando que o incêndio de 15 de outubro deixou não só marcas físicas “na carne”, como psicológicas “marcando algumas pessoas na cabeça e na forma como reagem”.
“Há ainda uma ansiedade que se vive”, referiu, notando pela positiva que hoje as pessoas “estão mais despertas para aquilo que aconteceu” e estão todas “mais cuidadosas” a lidar com o fogo. “Hoje por exemplo temos mais pedidos para a realização de fogueiras e aceitamos todos com mais normalidade a não emissão de licenças para o lançamento de fogo de artifício”, assinalou o autarca, para quem este dia marcou para sempre a história do concelho de Oliveira do Hospital. “Há um antes e um depois do 15 de outubro”, concluiu.
Cinco anos depois do grande incêndio de 15 de outubro, a “pequena” Leonor, umas das vitimas mais graves do fogo, e que perdeu a mãe, enquanto tentavam, juntamente com o pai, fugir das chamas, às portas da cidade oliveirense, esteve presente na cerimónia de homenagem às vítimas na Igreja Matriz de Oliveira do Hospital. A menina, hoje já adolescente, encerra uma das histórias mais trágicas deste dia, mas também um dos mais impressionantes casos de sobrevivência e superação.