Fundação Aurélio Amaro Diniz prepara a ampliação da unidade hospitalar num investimento superior a quatro milhões de euros.
A Fundação Aurélio Amaro Diniz vai mesmo avançar com a ampliação do hospital local de forma a poder acolher um novo serviço de urgências “mais adaptado às necessidades da população” não apenas do concelho de Oliveira do Hospital, mas de toda a região envolvente.
A garantia é do presidente do conselho de administração da FAAD, Álvaro Herdade, que adianta já ter luz verde dos serviços técnicos da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) para poder avançar com o projeto. A criação de um novo serviço de urgências no hospital de Oliveira faz parte de um “grande projeto de ampliação desta unidade de saúde”, que passa ainda pela remodelação da zona de internamento, construção de uma nova área para a fisioterapia, novos gabinetes para consultas e exames, e uma novo espaço para a farmácia hospitalar.
Um investimento superior a quatro milhões de euros, que Álvaro Herdade espera começar a concretizar ainda este ano, com prioridade apontada para o serviço de urgências, que é neste momento aquele que o concelho mais necessita, devido não só à falta de médicos, como à quase inexistência de exames complementares de diagnóstico.
Apesar de avançar com a obra sem garantias da ARSC de que o SAP do Centro de Saúde é para fechar e que a ideia será concentrar as urgências no hospital, o presidente da FAAD entende que “tem de se começar por algum lado” e, como tal, “temos de nos preparar com instalações condignas para podermos receber esse serviço”. “Estou convencido que o serviço de urgência não tem cabimento dentro dos cuidados primários, as urgências devem estar ligadas aos serviços hospitalares, porque são estas que têm meios de diagnóstico capazes de responder na hora”, defende o médico, lembrando que, atualmente, o Centro de Saúde de Oliveira do Hospital não é mais que uma placa giratória para Coimbra, pois há falta de meios humanos e técnicos uma parte significativa dos utentes acaba por ir parar aos hospitais centrais.
“Estamos a atravessar uma fase muito crítica quer nas urgências, quer nas consultas, e a FAAD pretende ser uma parte da solução para os problemas de saúde no concelho de Oliveira do Hospital”, adianta Álvaro Herdade que não é de agora que defende esta realidade, pois “achei sempre que a situação se iria agudizar”. Acreditando que as forças vivas do concelho são favoráveis a esta solução, incluindo o próprio poder político local, o presidente da FAAD entende que “ainda há uma réstia da população, alguma com responsabilidades no concelho, que tem de ser convencida”, a não ser que “sejam são masoquistas”, diz.
O novo serviço de urgências deverá ser construído de raiz na área norte do hospital, onde agora existe uma pequena zona de estacionamento, e contempla entre outras valências, sala de reanimação e uma unidade de internamento para observações, com capacidade para 12 camas. Uma realidade bem diferente da existente atualmente no concelho, pretendendo dar resposta não apenas à população oliveirense, como a toda a região envolvente, pois é sabido que as urgências do Centro de Saúde já hoje recebem muitos utentes de concelhos vizinhos.
Além das urgências, o projeto de ampliação do hospital da FAAD prevê ainda intervenções de fundo em vários serviços, como a fisioterapia, que passará a funcionar num espaço que será construído a partir da antiga secretaria até à casa mortuária. O projeto de ampliação das instalações hospitalares prevê ainda criação de uma nova ala de internamento, na zona onde é hoje a entrada das visitas, na medida em que as atuais enfermarias vão também sofrer melhoramentos, o que faz com que haja “alguma perda de camas”. A área das consultas externas, nomeadamente os serviços endoscópicos vão igualmente ser remodelados, de acordo com as novas exigências médicas, o que, tudo somado, implica um investimento entre quatro a cinco milhões de euros, assegura Álvaro Herdade. (leia mais na edição impressa)