Jovem de Avô, Luís Antunes, esteve infetado com Covid 19 cerca de um mês. Desde a passada sexta feira que está “negativo”, mas diz que o corpo ainda se “ressente” do vírus.
Ainda se questiona onde terá “apanhado o vírus”, Luís Antunes, 22 anos, é um dos poucos jovens do concelho de Oliveira do Hospital infetado, até agora, com o novo coronavírus, ainda mal tinha chegado a segunda vaga da pandemia.
Residente em Avô, o jovem eletricista, ficou infetado depois de um fim de semana com amigos em Lisboa, de onde regressou já “adoentado”. Não sei se foi em Lisboa, porque nós nem saímos para lado nenhum porque está tudo fechado, pode ter sido aqui na região, eu estive com muita gente, muita gente mesmo todo o verão e sempre sem máscara”, admite o jovem avoense, cujo “vicio de roer as unhas e andar sempre com as mãos na boca” pode ter facilitado o contágio, onde quer que fosse. Uma coisa é certa: sintomas como aqueles que teve quando regressou com os amigos da capital “nunca tinha tido”, diz. “Eu vim numa segunda feira e na terça feira quando me levantava para ir trabalhar, tive uma dor de cabeça tão forte que caí outra vez na cama, nunca tinha sentido nada assim”, conta agora o ex infetado, que testou negativo, só na passada sexta feira, ao fim de quase um mês de quarentena, numa casa da família em Vendas de Galizes, onde esteve isolado, à espera que o “maldito vírus” lhe saísse do corpo.
“Foi uma sensação estranha, senti uma dor muito violenta na cabeça e febre. Ainda fui trabalhar, mas parecia que estava desolhado”, recorda ainda o eletricista que, apesar dos sintomas fortes, nunca pensou que “fosse covid”. “A minha mãe é que ficou muito preocupada e algumas pessoas amigas disseram-me que era melhor fazer o teste, e eu telefonei para a Linha Saúde 24 que me disseram para ir fazer o teste”, adianta, lembrando que entre fazer e não fazer o teste e ter dado positivo, fez a sua vida “normal”.
“Foi mesmo uma sorte não ter infetado mais ninguém, porque eu saí, estive com outras pessoas, e mesmo em casa, os meus pais e o meu irmão não ficaram infetados, não sei como”, questiona o jovem, que lançou o pânico na vila de Avô quando se soube que estava infetado com o novo coronavírus.
Tal como muitos outros jovens da sua idade, Luís Antunes costumava andar sempre na rua, nos cafés, em locais de muita circulação e “isto foi um grande borburinho, porque às tantas já toda a gente pensava que podia estar infetada”, relata um dos amigos que o acompanhou e lhe deu apoio durante o isolamento profilático. “No dia a seguir à noticia que eu estava infetado, em Avô já andava toda a gente de máscara, antes ninguém andava, nem nos sítios com mais movimento”, diz, lembrando que o seu caso pode “servir de lição para as pessoas terem mais cuidado”.
“A médica disse-me para ter cuidado, e é isso que vou fazer, porque não quero voltar a passar por isto, ficar numa casa fechado sem poder estar com ninguém”, afirma, lembrando que este vírus “não é como uma gripe normal, nem pensar nisso”. “Já tinha tido gripe mas isto é muito pior, fiquei sem força nenhuma no corpo”, constata o jovem avoense que, apesar de já não estar infetado, ainda se “ressente” do vírus. “Ainda não tenho força, como tinha”, diz, à espera que a recuperação seja total e sem sequelas, pois para já vai-se sentindo bem.
Durante a quarentena, foram vários os amigos e conhecidos que o contactaram à distância, sobretudo por telefone e vídeo chamada, incluindo o vice presidente da Câmara, José Francisco Rolo, “que me telefonava todos os dias para saber como é que eu estava”, diminuindo assim o isolamento social a que se viu forçado.