Quase a completar um ano de mandato, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, aproveitou aquele que foi o seu “primeiro” 7 de outubro à frente dos destinos do concelho para fazer uma espécie de balanço, destacando sobretudo o “surto de investimento” na cidade que está transformada “num autêntico estaleiro de obras”.
“Temos em curso várias empreitadas, algumas estão com alguns atrasos, porque os empreiteiros debatem-se com falta de matérias-primas, com o brutal aumento do custo dos combustíveis”, admitiu o edil, que aproveitou para apresentar publicamente as suas “sinceras desculpas” pelos “constrangimentos e até prejuízos” que está a causar “este autêntico estaleiro”.
“Temos feito o nosso trabalho, pressionando os empreiteiros, mas não somos nós que escolhemos as empresas, são as empresas que ganham os concursos públicos”, explicou, referindo-se em particular à empreitada de requalificação da Casa da Cultura, cujo processo se arrasta há quase quatro anos, para dar conta de que se “fosse simples já estava resolvido”. “Estamos a dialogar, para evitar a litigância judicial que só iria provocar mais atritos e atrasos numa obra que já devia estar ao dispor dos cidadãos”, garantiu, afirmando “estar aqui para assumir o que correu bem e o que correu menos bem, para assumir as críticas e os problemas”, apesar de notar o “populismo fácil” que vai emergindo nestes tempos de dificuldades.
A dar nota do garrote financeiro que hoje se abate sobre os municípios, dos cortes das transferências do Orçamento de Estado aos aumentos “brutais” dos custos energéticos, Francisco Rolo lembrou a “conjuntura económica complexa e exigente” em que se encontra a governar, conseguindo, ainda assim, manter-se como um dos municípios do país com contas em dia e que “melhor paga aos fornecedores”.
Numa cerimónia onde o Governo se fez representar pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, José Francisco Rolo aproveitou também para deixar alguns apelos à tutela, nomeadamente na área da saúde, pedindo “mais investimento em recursos humanos”, numa altura em que Oliveira do Hospital se prepara para lançar as obras de remodelação do Centro de Saúde.
“Precisamos de acabar com esta situação de andar com os doentes para Seia e para Arganil” exortou, prometendo estar igualmente atento ao desenrolar do IC6 e à anunciada conclusão do troço até ao limite do concelho de Seia. “Vamos estar activos e vigilantes a acompanhar a par e passo o desenvolvimento do processo”, assegurou o autarca, para quem “há muito trabalho pela frente”, sobretudo no domínio da inovação e da economia, apontando a ampliação e transformação da zona industrial da cidade e as respostas à “pandemia” da crise energética como o “grande desígnio” para o segundo ano de mandato.
“Apesar do quadro económico adverso há desígnios do quais não desistimos. Fomos eleitos para desenvolver e modernizar o concelho de Oliveira do Hospital”, deixou claro, num discurso marcado por uma “agenda” para a sustentabilidade ambiental e energética, onde destacou as candidaturas já aprovadas para a execução de oito Áreas Integradas de Gestão da Paisagem. “Temos de agradecer o empenho do senhor Secretário de Estado porque foi a força motriz para este reestruturante projeto de reflorestação sustentável”, afirmou Rolo, lembrando que Oliveira do Hospital é um dos concelhos com mais AIGP´s aprovadas pelo PRR.
Oliveira do Hospital com “oportunidade única” de transformar a paisagem
Acreditando que é possível fazer diferente em termos de políticas públicas florestais, “sem ser continuar a deitar dinheiro para cima dos problemas”, o governante João Paulo Catarino entende que Oliveira do Hospital tem agora uma oportunidade de fazer “uma transformação a sério” da paisagem, com as oito AIGP´s que tem aprovadas e a fazerem o seu caminho.
“Esta é uma forma diferente de fazer floresta, tudo isto é pago a 100%, garantindo um apoio aos proprietários durante 20 anos”, explicou o secretário de Estado, que quer uma floresta “duradoura” que “não volte a arder” porque “não é isso que queremos para Oliveira do Hospital e não é isso que queremos para o país”, concluiu.
Municípios “num beco sem saída”, diz presidente da CIM região de Coimbra
A marcar as intervenções da sessão solene comemorativa do Feriado Municipal esteve também o presidente da CIM Região de Coimbra, Emílio Torrão, que depois de ter destacado a dinâmica de investimento de Oliveira do Hospital na região, não deixou de manifestar a sua preocupação com a situação que os municípios atualmente atravessam.
“Vivemos tempos de enorme incerteza e sobrecarga. A situação dos municípios é muito grave, quase caótica e assustadora”, afirmou o líder da CIM Região de Coimbra, considerando que os constantes aumentos da despesa está a empurrar os autarcas para “um beco sem saída”. “A situação financeira é grave”, denunciou, pedindo mais apoios para os territórios do Interior.
Um apelo que já tinha sido deixado pelo presidente da Assembleia Municipal, José Carlos Alexandrino, que apesar de ausente no estrangeiro por motivos profissionais, esteve presente numa mensagem lida pelo colega da Mesa, Carlos Mendes, voltando a dar voz ao grave problema demográfico do interior e à necessidade de medidas para o contrariar.
Momento emotivo marcou homenagens a personalidades concelhias
Personalidades, empresas, instituições concelhias e ainda os melhores alunos do Secundário, Eptoliva e ESTGOH, viram o seu mérito reconhecido neste dia 7 de outubro, numa homenagem que se revelou particularmente emotiva, já que três dos agraciados receberam a medalha de mérito a título póstumo.
Foi o caso do falecido engenheiro Eugénio Gonçalves, proprietário da prestigiada Farmácia Gonçalves, do malogrado arquiteto e professor Carlos Dinis e do antigo funcionário da Câmara Municipal, António Paiva.
Receberam ainda uma das mais altas distinções do Município a médica e antiga diretora do Centro de Saúde, Aldina Neves, a clínica e atual presidente da direção da Casa da Obra de D. Josefina da Fonseca, Clara Caçador, e a antiga autarca de Vila Pouca da Beira e mulher desde sempre ligada ao associativismo cultural, Graciosa Fontinha.
Foi ainda homenageada a empresa Grafibeira, com sede na zona industrial, e o Clube Vasco da Gama de Seixo da Beira.
Entre os alunos, receberam a distinção do Município oliveirense as alunas Mafalda Correia (10º ano), Lara Pinheiro (11º ano) e Maria Salgado (12º ano) do AEOH. Raquel Ferreira foi a melhor aluna da Eptoliva no ano transato e Edgar Silva o melhor da ESTGOH.