Como forma de exigir a requalificação da EN230 até ao limite da freguesia, uma vez que a empreitada em execução apenas contempla o arranjo da estrada entre Vendas de Galizes e a Ponte das Três Entradas.
O executivo da Junta de Freguesia de Alvoco das Várzeas não se conforma com a decisão das Infra estruturas de Portugal de não contemplar o arranjo da EN230, no troço que atravessa a freguesia, e admite mesmo pedir a demissão e avançar com o corte da estrada, caso a situação não se reverta.
Revoltados com a descriminação de que está a ser alvo a freguesia, executivo e população já estiveram reunidos para debater o problema e, equacionar, eventuais formas de luta contra a decisão da empresa IP, que tem em curso a empreitada de requalificação da 230, mas apenas entre Vendas de Galizes e Ponte das Três Entradas.
“Isto foi uma grande descriminação que nos fizeram, não sei porquê, só se for por sermos a freguesia mais «socialista» do concelho desde o 25 de abril”, atira o presidente da Junta, Agostinho Marques, eleito para um segundo mandato, nas listas do Partido Socialista, desagradado, nesta altura, com “alguma falta de solidariedade do Governo para com os alvocences”. “Isto não se fazia”, diz o autarca, lembrando que esta é uma velha reivindicação da junta de freguesia, atendendo aquilo que vem sendo o apoio dos eleitos locais às estruturas do PS, mas acima de tudo ao aumento de tráfego da 230 e consequente degradação do piso.
“Já nos anteriores mandatos tínhamos chamado à atenção para o mau estado da via, que hoje em dia é uma via com muito movimento, é a principal passagem desta região para a Beira Baixa e um dos corredores de entrada para a Serra da Estrela” argumenta o presidente da Junta de Freguesia, visivelmente indignado com o facto da empreitada de requalificação “parar” à entrada da freguesia.
“Fomos surpreendidos com isto, porque há um ofício a informar que a requalificação teria inicio em Vendas de Galizes e ia até ao limite do concelho”, garante Agostinho Marques que se deslocou a Coimbra, acompanhado do presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, no sentido de pedir explicações para os facto destes sete quilómetros de estrada – entre a Ponte das Três Entradas e o limite da freguesia de Alvoco das Várzeas, não estarem contemplados na atual empreitada em curso.
“O que nos disseram é que esta é a primeira fase e que o restante seria feito numa segunda fase até 2022”, ora “nós não aceitamos isso de maneira nenhuma”, assegura o autarca, que, nesta luta, conta com um aliado de peso: o presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino.
O autarca esteve na reunião promovida pela Junta de Freguesia, onde participaram largas dezenas de populares inconformados, e também ele se disponibilizou a promover as formas de luta que forem necessárias para repor a justiça a esta freguesia, que é umas das mais distantes da sede de concelho. “Não merecíamos esta descriminação, além de estarmos no limite do concelho, somos uma freguesia onde os incêndios nos criaram muitos problemas, onde ajudaram a degradar o piso desta estrada. Há sítios onde a estrada começa a ficar descascada”, recorda o presidente da Junta, dizendo-se, neste momento, “altamente zangado” com o Governo, que “não sabemos porquê, esqueceu uma das terras mais socialistas do concelho”.
Indignados com a situação, os autarcas da freguesia já fizeram chegar o protesto aos diferentes organismos do Governo com responsabilidades nesta área e aos deputados eleitos pelo distrito de Coimbra, encontrando-se a aguardar uma resposta.
Entretanto, na freguesia os ânimos andam exaltados e, Agostinho Marques admite, mesmo, avançar com formas de luta mais duras, se até ao próximo dia 25, “não nos resolverem o problema”. “Queremos um compromisso com datas, e não muito distantes” avisa o autarca, que não está disponível a esperar muito mais pela requalificação da EN230 na sua freguesia, enquanto vê a obra a avançar nas freguesias vizinhas.