O líder nacional do PSD, Luís Montenegro, criticou na passada quarta feira, em Oliveira do Hospital, os “sucessivos adiamentos” e “promessas incumpridas” de “muitos governantes que já por aqui passaram” relativamente ao IC6 que ficou, há vários anos, parado, numa zona de pinhal, entre Tábua e Oliveira do Hospital.
A ponte sobre o nó do IC6 foi a primeira paragem do líder social democrata, na visita que fez a estes dois concelhos, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, e onde teve oportunidade de ouvir as reivindicações dos autarcas locais, eleitos pelo partido.
O empresário e conhecido militante laranja, Fernando Tavares Pereira, foi o primeiro a afirmar que “é uma vergonha o que se passa nesta região” com este troço há vários anos à espera de ser concluído. “Há vários projetos que custaram vários milhões de euros e sem execução, aquilo dá para pôr cá batatas, coelhos ou cães, não sei” criticou, ao mesmo tempo que apontou o dedo aos autarcas da região por falta de empenho para que “esta situação esteja resolvida”.
“A última informação que tivemos é que era para ser começado antes das últimas eleições, saiu nos jornais, esteve cá o antigo Ministro Pedro Marques a anunciar e mais uma vez foram informações falsas”, acusou, atacando também o ex presidente da Câmara de Oliveira do Hospital de ter não ter cumprido a “promessa ”de não se voltar a candidatar se a obra não fosse lançada.
Luís Montenegro ouviu as queixas do empresário e dos eleitos locais do PSD e constatou também ele que esta situação “não é boa para o território, não é boa para as pessoas e também não é boa para os políticos, porque os descredibiliza perante que quem confia neles”.
Recusando-se a ser “ligeiro” e a “vir aqui prometer tudo e mais alguma coisa”, Luís Montenegro preferiu não se comprometer relativamente à execução desta obra, se chegar ao Governo, adiantando apenas que um executivo liderado pelo PSD “tem a obrigação de cumprir as promessas que outros fizeram às populações”. “Eu estou a percorrer o país e a fazer um levantamento de todas as necessidades e incumprimentos para com a região, seria fácil chegar aqui e dizer que vou fazer isto e aquilo, mas não vou fazer isso hoje” referiu, recusando-se a fazer “politiquices” com esta matéria, lembrando apenas que, “nos últimos 27 anos o PS governou 20 anos e o PSD, 7”.
“É preciso inverter esta saga de promessas incumpridas, é melhor prometer menos e fazer mais do que prometer muito e cumprir pouco”, rematou, prudente, no final de uma visita às instalações do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital onde teve oportunidade também de ouvir as queixas de alguns dos profissionais ali presentes, nomeadamente sobre a falta de um serviço de atendimento urgente 24 horas no concelho, e ainda sobre a escassez de meios humanos médicos, enfermeiros e assistentes operacionais naquele serviço, que tem uma população utente de mais de 21 mil pessoas.
Também ao nível da saúde, o líder do PSD entende que Oliveira do Hospital tem hoje um serviço que “está muito longe das necessidades e da prontidão que o SNS deve ter”, constatando “o efeito negativo, e até nefasto” que o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente “acabou por ter na comunidade”. “Tenho a certeza que é possível fazer diferente e estancar a sangria de recursos humanos que o SNS está a ter”, garantiu, criticando as políticas públicas de saúde, dos últimos governos, que não tiveram em conta uma lógica de complementaridade entre público e privado.