Há três semanas que o laboratório do Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz não tem mãos a medir.
A “culpa” é dos testes rápidos à Covid-19 que estão a ser disponibilizados à população através deste serviço hospitalar que tem agora a trabalhar uma equipa especializada no rastreio ao vírus Sars-Cov-2. “Estamos a fazer testes todos os dias de manhã e, nos últimos dias, temos testado muita gente, tivemos dias de testar entre 60/ 80 pessoas”, revela o médico e presidente do Conselho de Administração da FAAD, Álvaro Herdade, que dá conta de um aumento da procura destes testes, apesar de não serem comparticipados, com o pico de infeções que se tem registado no concelho e municípios vizinhos.
“Assim que estes testes foram aprovados pelo Infarmed fomos das primeiros a adquiri-los, porque entendemos que são mais uma arma essencial no combate a esta pandemia”, revela o responsável hospitalar, lembrando que a procura destes testes tem surgido muito por parte de empresas, nomeadamente do ramo alimentar, que “precisam de trabalhar em segurança”.
“Temos empresas que vêm de 15 em 15 dias rastrear os seus colaboradores, mas também muitos particulares que procuram uma resposta rápida para um vírus que como se sabe é altamente contagioso, em que o tempo que demora a termos resultados pode fazer a diferença entre infetar mais ou menos pessoas”, faz notar o médico, lembrando que o resultado de um teste rápido pode ser conhecido em pouco mais de uma hora.
“Isto é muito importante, além de que são muito fiáveis e seguros comparativamente com os outros testes de diagnóstico – os testes PCR”, sublinha, garantindo que os resultados são coincidentes em 100% dos casos. “São sempre coincidentes, mas tudo depende da atuação dos delegados de saúde pública, há delegados que pedem a confirmação e outros não”. “Em Oliveira do Hospital é pedida a confirmação”, afirma, referindo que os resultados dos testes são igualmente comunicados às autoridades de saúde.
Apesar de não serem comparticipados, como acontece com os testes de PCR que são feitos de acordo com as orientações do SNS, os testes rápidos também têm vindo a ser cada vez mais procurados, com o pico da pandemia e o número de contágios a aumentar na comunidade. “Já fizemos à volta de mil testes nas últimas semanas”, contabiliza Herdade, julgando que a testagem “em massa” é a única forma de travar o vírus e de “tranquilizar as pessoas”.
Talvez, por isso, as empresas sejam um dos principais clientes do laboratório da FAAD e da sua equipa de rastreio à Covid-19, nesta fase, pois precisam de “sentir segurança” para continuar a trabalhar. Estes testes podem ser feitos por qualquer pessoa, com ou sem suspeitas de infeção até porque “há muita gente assintomática” e têm a vantagem de ter resultados “quase na hora”, refere o médico.