Mais de uma centena de pessoas ficaram desalojadas na sequência dos violentos incêndios do passado dia 15 no concelho de Oliveira do Hospital. Ao todo, o Município contabilizou mais 200 habitações ardidas, sendo que 120 se destinavam a habitação permanente e as restantes eram casas de segunda habitação.
O fogo, que, de acordo com o autarca oliveirense, provocou 12 mortos no concelho também destruiu diversas empresas, designadamente no parque industrial de Oliveira do Hospital, que representam, no seu conjunto, “mais de 450 postos de trabalho”.
José Carlos Alexandrino descreveu os incêndios neste Município como “uma enorme bola de fogo”, formada por três incêndios, que “varreram todo o concelho”, atingindo os seus 84 núcleos populacionais e devastando 96% da área florestal do concelho.
“Foi um cenário dramático, foi um fogo como nunca se viu”, que “atirava as chamas para três e quatro quilómetros de distância”, descreveu o autarca, poucas horas depois da devastação.
Os meios de combate às chamas foram “insuficientes”, mas, sublinha o autarca, “os oliveirenses uniram-se e, com os bombeiros de Oliveira do Hospital e de Lagares da Beira, conseguiram” evitar que “isto, que foi algo de irreal”, se tivesse transformado numa “tragédia ainda maior”.
“Nem os oliveirenses, nem ninguém merece isto”, sustentou o presidente da Câmara, salientando que, para além da “maior perda”, que são as vidas humanas, em “meia dúzia de horas” o concelho “ficou totalmente reduzido a cinzas e a escuridão”.
Mas “vai dar-se a volta” à situação em que ficou o concelho de Oliveira do Hospital, acredita José Carlos Alexandrino, apelando à “coragem dos oliveirenses”.