A Santa Casa da Misericórdia de Galizes vai avançar com o projeto do Centro de Acolhimento Temporário para a Deficiência. A nova resposta será prestada na conhecida Casa do Brasileiro, no Senhor das Almas, que vai ser adaptada para o efeito.
A primeira pedra do futuro CAT para a Deficiência contou com a bênção do Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes que, no dia 20 de junho, Dia do Corpo de Deus participou na cerimónia de encerramento das comemorações dos 350 anos da Santa Casa da Misericórdia de Galizes. Na ocasião foi apresentado o livro “Compromisso da Misericórdia de Galizes – 1668” e descerrado um monumento comemorativo da efeméride.
Para Virgílio Antunes, Bispo de Coimbra, 350 anos constituem “um marco” porque demonstra “o pulsar do coração de uma população” .Destacou também a importância do futuro CAT para a deficiência, considerando mesmo ser “urgente”, seja porque as suas famílias não têm condições adequadas para as ter em suas casas, seja porque estão inseridas em famílias destruturadas.
De lembrar que a Casa do Brasileiro, localizada junto à EN17 (Estrada da Beira) foi oferecida, há cerca de dois anos, à Misericórdia de Galizes para fins sociais pelo casal Albano Ribeiro de Almeida e a sua esposa Maria Augusta, herdeira da casa.
No lançamento da primeira pedra do futuro CAT, Ribeiro de Almeida referiu que, desde a sua inauguração em 1931, a casa “sofreu muitas alterações”, recordando que antes o “palacete” só tinha uma casa de banho e há dois anos tinha 15. Não deixou de sublinhar “os asares” que houve na casa, com os últimos inquilinos, mas considerou que “com a bênção do Sr. Bispo está tudo completamente resolvido”.
Na fachada da “Casa do Brasileiro” já consta uma lona com o projeto daquele que virá a ser o CAT para a Deficiência. Bruno Miranda, provedor da Santa Casa, adiantou que o objetivo é criar “um lar de acolhimento, um lar familiar, que será composto por 16 camas normais e quatro de berçário. “Será estritamente para acolher crianças com deficiência, o que faz dele um projeto inovador” e “diferenciador” a nível nacional. O responsável destacou o apoio da Câmara Municipal, que reconheceu que “seria uma mais valia para o concelho”
Na ocasião, José Carlos Alexandrino, presidente do Município de Oliveira do Hospital considerou que a família que ofereceu o imóvel escolheu “a melhor instituição do concelho” para os fins que desejava. Para o autarca o futuro CAT afigura-se como uma necessidade no concelho por perceber o “drama de muitas famílias, sem capacidade financeira e com jovens com um grau de deficiência elevada”.
Em causa está uma obra com investimento a rondar os 800 mil Euros. Os trabalhos deverão avançar ainda neste ano, e a sua conclusão e entrada em funcionamento está prevista para o final de 2020. Esta é uma obra que a Santa Casa pode financiar a “expensas próprias”, aguardando porém a resposta de candidatura feita ao “Fundo Rainha D. Leonor” da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.