Oliveira do Hospital presta homenagem a duas atividades marcantes do concelho.
O Município de Oliveira do Hospital acaba de homenagear duas profissões que marcaram e continuam a atividade económica do concelho, com a inauguração de dois elementos escultóricos em duas rotundas, na zona da Cordinha, que contou com a presença do secretário de Estado das Florestas, Amândio Torres.
Trata-se dos monumentos de homenagem à queijeira e aos industriais da madeira, duas atividades que foram o sustento de muitas gerações de famílias, sobretudo naquela área do concelho, preservando ainda hoje a tradição, no caso do queijo Serra da Estrela, da produção de um dos produtos de excelência e mais apreciados no país. Deixando claro que a inauguração de rotundas não é uma “prioridade do seu executivo” e que outros no passado terão gasto verdadeiras fortunas em elementos escultóricos que davam para embelezar “20 ou 30 rotundas destas”, o presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino lembrou que esta é apenas uma homenagem “simbólica” a um grupo de profissionais que têm contribuído para o desenvolvimento económico do concelho.
“Esta é uma homenagem a todas as queijeiras do concelho e não apenas às da Cordinha que fazem um trabalho extraordinário que muitas vezes não é reconhecido”, afirmou o edil na inauguração da primeira rotunda em Ervedal da Beira, não tendo dúvidas que tem sido o queijo Serra da Estrela, feito pelas mãos destas queijeiras, que tem ajudado a “vender” o concelho enquanto destino turístico. “Alguns pensam que fazemos uma feira do queijo para vender uns quilos de queijo, nada de mais errado, queremos vender tudo de bom que o concelho tem e que também precisa de ser conhecido do grande público”, referiu Alexandrino, recordando igualmente as várias gerações de ervedalenses que trabalharam na indústria das madeiras, atividade que deu uma “dinâmica muito própria à freguesia” nas últimas décadas.
A “jogar em casa” como ele próprio fez questão de lembrar, uma vez que estava na sua terra natal, o autarca justificou a escolha da atividade profissional simbolizada no monumento ao industrial das madeiras com o facto de não haver “nada de mais comum que unisse os ervedalenses” que este setor que, pela sua história e pela riqueza que criou, se tornou numa das mais importantes e emblemáticas deste território. Aproveitando a presença do secretário de Estado das Florestas, José Carlos Alexandrino voltou a pedir a ajuda do Governo no sentido de “facilitar a certificação do queijo Serra da Estrela”, para não se continuar a “comprar gato por lebre” e em relação à floresta, pediu também maior atenção para um setor que é estratégico para esta região.
Pedidos que foram atendidos pelo governante que elogiou, de resto, a capacidade do Município em juntar a ancestralidade e a tradição com a inovação, espelhada nomeadamente nos projetos que o concelho tem em desenvolvimento na área da agricultura e floresta. “Oliveira do Hospital está no caminho certo”, afirmou o secretário de Estado, lembrando, no caso da floresta, que é necessário investir na arborização do território, que perdeu nas últimas décadas milhares de hectares de floresta, e apostar numa cultura de gestão, senão “estamos a criar uma floresta para o insucesso”, referiu.
Quem se mostrava reconhecido com a homenagem e o embelezamento não de uma, mas de duas rotundas no seu território, foi o presidente da União de Freguesias de Ervedal da Beira e Vila Franca da Beira, Carlos Maia, que considerou ambos os monumentos, da autoria do artista oliveirense, Manuel Machado, uma homenagem “mais que justa a dois grupos profissionais” que fizeram e continuam a fazer a história do concelho.