O movimento “Vamos Salvar o Açude da Ribeira” recolheu 669 assinaturas através de uma Petição Pública, onde os seus subscritores consideram que “aquela estrutura por cima da envolvente do Açude da Ribeira, no rio Seia, atenta contra o património paisagístico e natural, pondo em causa também a fauna e a flora daquela zona e requerem que aquela estrutura seja retirada e que toda a zona envolvente do Açude da Ribeira seja recuperada e requalificada, tendo sempre presente que todo aquele património é uno e assim deve ser preservado”.
A petição foi enviada ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva e ao Presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, convictos que todos os organismos do Estado vão analisar com o cuidado devido, o apelo que o movimento ”Vamos Salvar Açude da Ribeira” lhes enviou.
“Desde o momento em que demos conta do disparate que ali estava a nascer, de forma ordeira, sem insultos ou ataques pessoais a ninguém e, sempre dentro das regras que o Estado de Direito nos permite, um conjunto de pessoas deu a cara para proteger, o que era, o Açude da Ribeira e a sua envolvente”, lembra o primeiro subscritor do auto denominado Movimento, José Carlos Marques, lamentando que os novos passadiços sobre o rio Seia em Ervedal da Beira que têm sido comparados a uma serpente, se tenham transformado num “monstro”.
“Sedentos por “venderem” o concelho de Oliveira do Hospital ao turismo e tornarem o Açude da Ribeira num espaço “instagramável” – seja lá isso o que for – com o anterior presidente do Município de Oliveira do Hospital apaixonado por um esboço de um passadiço serpenteante que, transformado em projeto, acabaria também por encantar todos os vereadores, mesmo o da oposição e, incapazes de saírem desse estado de hipnose em que a serpente os transformara, não perceberam que a cobra tinha pernas e garras descomunais, em betão armado, colocadas sobre a “banheira de Ervedal”, que eles tanto estimam”, lamenta o porta voz do Movimento, pedindo às mesmas entidades que ajudaram a aprovar o projeto, que ajudem a encontrar soluções para a despoluição do rio, acreditando que se isso acontecer, “todos perceberão que o réptil está ali a mais” e “o Açude da Ribeira e a Sua Envolvente voltará a ter a dignidade que, por hipnose, lhe foi retirada”.