O Município de Oliveira do Hospital arranca, no dia 20 de maio, com trabalhos de intervenção em três novos “Condomínios de Aldeia”, implementados nas localidades de Pedras Ruivas, Ponte das Três Entradas e Póvoa das Quartas.
A execução dos trabalhos, como limpeza de faixas de gestão de combustíveis, vai decorrer até ao mês de dezembro de 2024 e resulta de uma candidatura feita pela Câmara Municipal para a criação de novos Condomínios de Aldeia ao Programa Integrado de Apoio às Aldeias Localizadas em Territórios de Floresta, financiado pelo Fundo Ambiental, através do PRR, e cujo valor do investimento ascende a cerca de 167 mil euros, contando com financiamento de 61 por cento.
Os três projetos visam dar apoio e resiliência aquelas aldeias, localizadas em territórios vulneráveis de floresta, bem como operacionalizar medidas para redução dos riscos associados à ocorrência de incêndios.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, estas intervenções “protegem as aldeias e são investimentos que contribuem para a valorização do território, para que se tornem “mais consciente e resilientes” ao fogo.
Conforme sublinha o autarca, “só há sustentabilidade nos territórios com as aldeias seguras”.
Com a execução do programa “Condomínios de Aldeia”, Oliveira do Hospital “está, assim, a apostar numa política de valorização” das aldeias do concelho e “a contribuir para termos aldeias mais seguras, protegidas e preparadas para o futuro”.
De igual modo, “estamos também a trabalhar na valorização destes aglomerados rurais, ao nível paisagístico e urbanístico, e a contribuir para os seus ativos naturais, patrimoniais e culturais”, frisou.
As intervenções a realizar em Pedras Ruivas, Ponte das Três Entrada e Póvoa das Quartas visam, também, apoiar os proprietários na concretização e manutenção do perímetro de 100 metros do aglomerado, através de uma estratégia de ações de gestão de combustíveis, entre outras, na envolvente às áreas edificadas, garantindo, assim, também, a segurança de pessoas, animais e bens, o fornecimento de serviços ecossistémicos e o fomento da biodiversidade.
Os trabalhos a realizar contemplam, igualmente, a gestão e o ordenamento do Interface Urbano-Rural do Aglomerado Populacional, com intervenções de adaptação às alterações climáticas das áreas envolventes, ações de reconversão de espaços florestais e espaços agrícolas abandonados e a criação de mosaicos de paisagem.
Nestes projetos também estão contempladas outras intervenções, como, por exemplo, a recuperação dos territórios agrícolas ou agroflorestais abandonados e a reconversão de territórios exclusivamente florestais na envolvente às áreas edificadas para outros usos e atividades e a criação de pomares agrícolas.
Estão igualmente previstos, como métodos alternativos à queima de sobrantes agrícolas e florestais, a implementação de ecopontos florestais e o recurso à compostagem, assim como a dinamização de ações de sensibilização e de formação junto da comunidade, para uma melhor gestão do fogo.
Recorde-se que em outubro de 2017 mais de noventa por cento do território florestal de Oliveira do Hospital foi destruído pelo grande incêndio do dia 15 de outubro. No seguimento das políticas públicas implementadas pela Câmara Municipal para a recuperação e gestão do território, o programa “Condomínio de Aldeia” assume-se como mais uma medida no contexto do investimento “Transformação da Paisagem dos Territórios de Floresta Vulneráveis”.
Note-se que, no âmbito do Programa Integrado de Apoio às Aldeias Localizadas em Territórios de Floresta, foram já executados, em 2022, em Oliveira do Hospital os “Condomínios de Aldeia” de Gramaça e de Parceiro.
Sublinhar ainda que, no domínio da floresta e do ordenamento do território, Oliveira do Hospital é uma das autarquias, a nível nacional, com mais áreas abrangidas pelo novo modelo de gestão florestal que sairá das futuras oito AIGP’S – Áreas Integradas de Gestão de Paisagem.