O Pólo de Oliveira do Hospital Bienal Internacional de Arte de Gaia foi inaugurado no dia 22 de abril, no Centro Comunitário de Lagares da Beira, e até ao mês de julho acolhe obras de mais de três dezenas de artistas locais, nacionais e internacionais.
Sob a direção de Agostinho Santos e curadoria de Sérgio Reis, a instalação do Pólo da 5 edição da Bienal de Arte de Gaia | Bienal de Causas em Lagares da Beira coloca o Município de Oliveira do Hospital no centro dos eventos internacionais de arte.
Esta extensão da exposição principal assenta na “Diversidade e Perspetiva de Mudança”, como tema unificador da “diversidade de linguagens e de produtos artísticos”. Para o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, veio “para interpelar as consciências em várias vertentes, com uma diversidade e pluralidade de obras e técnicas que merecem ser mostradas e usadas para a interação com as pessoas”.
Neste evocativo as artes, o Município de Oliveira do Hospital foi escolhido pela organização para integrar o certame por questões geográficas, uma vez que está situado no centro do país, faz fronteira com cinco concelhos e tem ligação a três distritos.
Conscientes de que a arte pode mudar Oliveira do Hospital, e o mundo, e contribuir de forma positiva para a vida das comunidades, através de registos de mudança e de adaptação nas maneiras de sentir, pensar e agir, a escolha do Centro Comunitário de Lagares da Beira para acolher o certame nasceu de uma visão conjunta de descentralização, partilhada entre o Município e a curadoria da Bienal.
José Francisco Rolo enalteceu a postura assumida por Agostinho Santos, de alargar o núcleo da exposição coletiva e estendê-lo a outros municípios, contribuindo, assim, para “a diversificação da oferta cultural” e “para uma maior dinâmica dos territórios”.
Para o presidente do Município, “a cultura, a promoção e a animação cultural fazem parte de um processo de dinamização das nossas vidas e da vida das aldeias”. Por isso, a escolha do Centro Comunitário de Lagares da Beira para acolher a mostra.
“O desenvolvimento também se constrói com oferta diversificada, que junte pessoas e que desperte interesses. Apoiamos esta descentralização consciente de eventos. Constrói-se país assim. Faz-se cultura fazendo irradiar a cultura por todo o país. A Bienal de Gaia está a saber fazer isso e a saber ensinar como se faz isso. Achamos que este é o caminho a trilhar”, referiu José Francisco Rolo.
Abarcando uma grande diversidade de suportes, materiais e técnicas, as obras em exposição no Centro Comunitário de Lagares da Beira revelam e consagram 32 artistas convidados, locais, regionais e internacionais. A maioria são de nacionalidade portuguesa, quatro artistas europeus e uma artista da América do Sul. Alguns dos artistas presentes participam pela primeira vez numa bienal de Arte.
“Um momento histórico” para Oliveira do Hospital. Foi assim que a vereadora da Cultura da Câmara Municipal, Graça Silva, definiu a vinda da extensão da Bienal de Arte de Gaia para Lagares da Beira.
“Estamos a falar de um evento recente, esta é a quinta edição, e que é já de âmbito internacional e bastante reconhecido. Achámos que era uma mais-valia para Oliveira do Hospital. Também pelo facto der ser uma Bienal de Causa, associada aos problemas da sociedade. Despertamos consciências. É também uma forma de os artistas plásticos manifestarem os problemas que existem na sociedade. Os artistas locais aqui representados foram previamente avaliados e selecionados pela entidade organizadora”, referiu Graça Silva.
Segundo o diretor Agostinho Santos, um dos propósitos da Bienal de Gaia é servir para a “democratização da arte”, por isso, “esta necessidade de sair da zona de conforto”.
Sobre a exposição no Centro Comunitário de Oliveira do Hospital, Agostinho Santos manifestou o agrado com a adesão dos artistas ao serviço da arte e do propósito que define esta expressão, “de abanar e de agitar a consciência”.
Ao nível das questões formais e estéticas, o Pólo de Oliveira do Hospital da Bienal de Gaia reúne obras de carácter abstrato e figurativo, em diferentes níveis de realismo e abordagens próximas do hiper-realismo e expressionistas, inclusive na escultura.
A pintura a acrílico e a técnica mista são as técnicas com maior representação, numa diversidade de meios riscadores no desenho, aguarela e gravura. Na escultura, há lugar para o bronze tradicional, escultura com objetos e uma “escultura sonora”.
De igual modo, na exposição é mostrada a Arte como elemento integrante de um meio pacato como o de Oliveira do Hospital, onde os ritmos de trabalho ainda permanecem ligados à natureza e a tradição continua a ser determinante, ao mesmo tempo que se procuram novas perspetivas, horizontes mais largos e a criação de marcas locais com posição nacional.
O Pólo de Oliveira do Hospital da 5.a Bienal Internacional de Arte de Gaia no Centro Comunitário de Lagares da Beira pode ser visitado até ao dia 2 de julho, gratuitamente, de terça-feira a domingo, das 15h00 às 19h00. Visitas guiadas, sob marcação, pelo telefone: 238 692 377.