O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital fez saber esta manhã, durante a reunião pública do executivo, que vai “cortar” na despesa que tinha previsto com a iluminação de Natal este ano, pretendendo injetar esse dinheiro no comércio local, através de vouchers que serão sorteados a quem fizer compras nos estabelecimentos comerciais do concelho.
“Este ano tínhamos a ideia de melhorar a iluminação de rua, percebendo que havia zonas onde não havia iluminação de Natal, e tínhamos contratado uma empresa que nos fazia isto por 20 mil euros, mas este não é ano para fazer um forte investimento na iluminação”, fez notar José Carlos Alexandrino que perante o quadro de pandemia que se vive e que está a afetar fortemente o comércio local, quer colocar uma parte significativa desse dinheiro na economia local, nomeadamente no pequeno comércio de rua.
E a iluminação das ruas da cidade será feita com material e pessoal do Município, à semelhança do que vinha sendo feito nos últimos anos. “Temos que comprar mais algum material, com 5 mil euros compramos esse material e o restante (15 mil euros) reverte para o nosso comércio local”, frisou. A ideia é reforçar a verba do concurso “Faça Compras no Comércio Local”, que este ano poderá ter um primeiro prémio com um valor mais elevado, e mais “100 ou 200 prémios”, com o objetivo de motivar ainda mais pessoas a fazerem compras nos estabelecimentos comerciais do concelho.
“É uma forma de pulverizarmos os prémios por mais pessoas e mais lojistas”, acrescentou ainda o autarca, acreditando que perante o cenário de crise que atravessamos esta “é uma boa iniciativa”. Também o vereador e presidente da ADI- Agência de Desenvolvimento Integrado de Oliveira do Hospital e Tábua, José Francisco Rolo, recordou que esta é uma operação que só no concelho oliveirense envolveu, o ano passado, mais de 180 estabelecimentos comerciais, pelo que “fazer compras no comércio local é também uma forma de celebrar o Natal”.
Também o único vereador do PSD no executivo, João Paulo Albuquerque, considerou a iniciativa “uma prenda bonita que hoje damos ao comércio local” que está a passar por dificuldades devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
Mas não ficou por aqui o anúncio de medidas de apoio ao comércio de rua, nomeadamente ao setor da restauração. Alexandrino disse mesmo estar a preparar um “pacote” de ajudas ao setor, tendo em conta a quebra acentuada de faturação destes estabelecimentos, desde o anúncio do novo Estado de Emergência. “Estamos a estudar uma fórmula de ajudas ao pequeno comércio, fazendo com que as pessoas possam sobreviver e não entrem em insolvência”, disse o edil, cuja “sensibilidade” para o problema foi ressalvada pelo vereador Carlos Carvalheira que sublinhou também o “mau momento” que a restauração está a atravessar, com alguns estabelecimentos a começarem a “ ficar numa situação de desespero”.
O vereador Nuno Ribeiro deu conta ainda de uma outra iniciativa, com o objetivo de incentivar o comércio local, que tem a ver com a cobertura das esplanadas em espaços públicos por parte de alguns estabelecimentos. “É mais uma medida de estimulo ao comércio local”, referiu o vereador, explicando que estão a ser definidos alguns critérios para as coberturas das esplanadas, que já tinham sido alargadas com a chegada da pandemia e se tornaram espaços cada vez mais frequentados. “Não queremos esplanadas que sejam barracões”, afirmou, por seu lado, o presidente da Câmara, que reconhece a importância da cidade e o seu comércio se “adaptar a uma nova realidade” trazida com o Covid-19.