Confraria do Medronho realizou mais um capítulo “descentralizado”, no concelho de Oliveira do Hospital.
A Confraria do Medronho realizou, no passado domingo, mais um capítulo “descentralizado”, desta vez, na freguesia de Penalva de Alva, onde teve lugar a habitual cerimónia de entronização de novos confrades.
Trajados com capas em tons de vermelho e amarelo – as cores do medronho, os novos membros da Confraria juraram defender e divulgar a planta e o seu fruto, conhecido sobretudo pela sua utilização no alambique, sendo famosas as aguardentes e licores produzidos com medronho.
Na cerimónia que decorreu na sede da Junta de Freguesia de Penalva, o confrade mor, José Vasco Campos, fez questão de explicar a razão de ser desta confraria na região da Beira Serra, “apesar de muita gente só associar o medronho ao Algarve”, lembrando que o pequeno fruto de cor vermelha “sempre existiu em toda a Beira Serra e no Pinhal Interior”, onde “sempre se fez aguardente e licor” com medronho.
E se é certo que o Algarve já está uns passos à frente desta região com largas dezenas de destilarias legalizadas, o medronho da Beira Serra tem tido, segundo o confrade mor, cada vez mais procura. “Há claramente um aumento da procura desta planta e deste fruto”, garante, adiantando que o uso do medronho vai muito para além do alambique. “É um fruto vermelho e como tal são conhecidas as suas propriedades anti oxidantes, importantes para a nossa saúde”, referiu o confrade mor, acreditando que o medronho “veio para ficar”, quer como plantação, quer como fruto, podendo ter usos tão diferentes como a confeção de compotas, a confeitaria, ou mesmo os arranjos florais. “Temos aqui um papel muito grande a desenvolver porque o medronho também entrou na moda e ainda bem que está na moda”, afirmou Vasco Campos, lembrando alguns estudos divulgados ultimamente, que dão conta da qualidade do medronho da Beira Serra, comparativamente ao produzido noutras regiões.
Uma qualidade reconhecida também pelo poder político local que “em boa hora” viu ser criada neste território esta confraria, já em 2008, com o intuito claro de promover um recurso natural que, não estando esquecido, pode ver aumentado o seu potencial. “Esta confraria trouxe um novo olhar, uma nova preocupação, uma nova pedagogia para valorizar este produto de excelência”, afirmou o vice presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, realçando a preocupação da Confraria em realizar os seus capítulos em locais diferentes da região, mas sempre próximos do mundo rural. “A Confraria do Medronho já andou por todo o lado, mas acho que já faz parte da sua marca genética e do seu confrade mor, realizar o seus capítulos em espaços rurais e próximos do Portugal genuíno e autêntico”, pois “era mais fácil fazer isto na cidade”, assinalou o vereador, não tendo dúvidas que a Confraria do Medronho é mais um parceiro do Município, na sua estratégia de “valorização e rentabilização dos recursos endógenos”.