A população mundial está a envelhecer. A melhoria da alimentação, das condições sanitárias, dos avanços médicos e tecnológicos e a diminuição da taxa de natalidade são responsáveis por este envelhecimento global. O aumento da esperança média de vida e do número de anos que vivemos já está a transformar as sociedades e as economias, levantando diversas questões que vão desde o financiamento de cuidados de saúde, a medidas de proteção social ou às dimensões que é necessário promover para que a qualidade de vida e o bem-estar acompanhem o prolongamento da vida.
A dor e as doenças crónicas, cada vez mais prevalentes, afetam não só os indivíduos como as suas famílias e constituem problemas para os quais é necessário encontrar respostas. As evidências que existem indicam que as pessoas com doenças crónicas apresentam uma maior probabilidade de sofrer de uma doença mental do que a população geral. Se por um lado a doença física aumenta o risco da doença mental, por outro lado, a doença mental está associada a um aumento do risco de doença física. Assim, sabemos que a depressão e sintomas de demência são bastante frequentes representando um fator de risco para a incapacidade funcional e aumento de mortalidade prematura.
Perante todos estes desafios, os Psicólogos podem responder adequadamente aos mesmos, uma vez que são profissionais preparados para desempenhar um conjunto diversos de papéis em diferentes contextos de vida dos idosos (privados, hospitalares e comunitários).
Assim, a intervenção dos Psicólogos junto dos cidadãos seniores baseia-se no combate ao declínio físico e intelectual, à solidão, ao isolamento e à marginalização social, bem como na promoção da independência, autonomia, participação na vida social, adaptação ao envelhecimento, melhoria das competências cognitivas e da qualidade de vida na velhice. Os Psicólogos podem ajudar a identificar, compreender e intervir nos problemas específicos que decorrem do declínio cognitivo associado ao processo normativo de envelhecimento, mas também naqueles que decorrem de quadros demenciais, ou de outras alterações como a ansiedade e a depressão. Podem ainda contribuir no desenho de medidas de promoção da literacia em saúde e em saúde psicológica.
Mariana Guilherme