O Município de Oliveira do Hospital inaugurou um monumento de homenagem a todas as mães, numa cerimónia emocionante que juntou as mais jovens mães do concelho (eram para estar presentes as mais velhas, mas devido à pandemia optaram por não marcar presença), as autarcas presidentes de junta, vereadoras, presidente da Assembleia Municipal e uma convidada especial e filha adotiva da terra, a atual Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
O monumento, da autoria do arquiteto António Saraiva, foi implantado numa das zonas “nobres” da cidade, de frente à capela de Sant´Ana e simboliza a ligação entre mães e filhos, que são dois “num só”. A cerimónia, que abriu com o testemunho sofrido de uma jovem mãe que deu à luz um bebé prematuro, prosseguiu com os testemunhos das autarcas presentes, nomeadamente das presidentes de Junta de Lagares da Beira e de Seixo da Beira e também da presidente da Assembleia Municipal Dulce Pássaro, que destacou a “sensibilidade do executivo municipal que ao assinalar desta forma o papel da mães na estruturação das sociedades”.
Mas a intervenção mais tocante veio mesmo do presidente da Câmara Municipal. José Carlos Alexandrino que nunca escondeu a ligação “umbilical” com a sua mãe, já falecida, decidiu partilhar o conteúdo de uma carta que tinha escrito à mãe, que não deixou ninguém indiferente.
O autarca que não escondeu também que pensou neste monumento muito em homenagem à mãe e a todas as mães e mulheres oliveirenses, mesmo aquelas que não são mães biológicas, mas às que cuidam e educam, elogiou a escultura do arquiteto António Saraiva que não sendo do concelho, interpretou a vontade e o sentir do Município quando lhe entregou esta obra. “Sentimos aquilo que somos, todos os filhos são uma extensão da mãe”, fez notar, lembrando o trabalho “enorme” que tem sido feito pelo seu executivo e em particular pelo vereador José Francisco Rolo, da área social, pela promoção da igualdade de género e valorização do papel da mulher na sociedade.
“Uma obra singela que reflete muito da sua simplicidade, honorabilidade e humanidade”, foi assim que a Ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, se referiu ao monumento e ao seu mentor – o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, que mandou fazer a escultura em homenagem a todas as mães do concelho, e em especial à sua mãe, que faleceu pouco tempo depois de ter chegado à presidência do Município. Abrunhosa elogiou a escultura e sobretudo o local onde foi colocada – em frente à capela de Sant’Ana, a padroeira de Oliveira do Hospital e “mãe de todas as mães”.
“Estamos no sitio certo para homenagear todas as mães”, afirmou, considerando da maior importância celebrar este dia e neste dia “celebrar a maternidade” e tudo o que cabe dentro deste conceito: o afeto, a ternura, o cuidado, a educação, a tolerância e, muito importante também, o respeito pela diferença”, sublinhou, não sem depois lembrar todo o investimento que a Câmara Municipal tem feito nas famílias, com o programa de incentivo à natalidade que já apoiou mais de meio milhar de crianças desde 2013, mas também nos diferentes apoios sociais: bolsas de estudo para o ensino superior , tarifas sociais da água, aquisição de manuais escolares, transportes escolares”, enunciou a Ministra, considerando Oliveira do Hospital um “exemplo” também nesta área, que deve ser seguido por outros municípios.
“Não é por acaso que pelo 6º ano consecutivo é considerada a autarquia mais familiarmente responsável, e que recebeu o prémio «Viver em Igualdade 202/21», da Comissão de Cidadania e Igualdade de Género”, enfatizou, aproveitando ainda para reconhecer e elogiar o “esforço excecional” dos municípios no combate à pandemia. A cerimónia terminou, como começou, forte em emoções, com o descerramento de uma placa com um poema dedicado à Mãe, escrito pelo poeta popular Viriato Gouveia, de Aldeia das Dez.