Marcha lenta está marcada para esta sexta-feira e promete ser uma grande jornada de luta.
Esgotadas “as vias do diálogo”, Oliveira do Hospital prepara-se para sair esta sexta-feira à rua, numa “marcha lenta” contra a falta de assistência médica e acessibilidades condignas ao concelho.
Um protesto organizado pela Câmara Municipal que conta com a “solidariedade” política do CDS/PP e CDU que, ontem, se juntaram ao executivo municipal na “exigência” de melhor saúde e estradas para este território, que há anos que reclama pela conclusão do IC6.
Numa conferência de imprensa onde foi notada a ausência do maior partido da oposição – o PSD, o presidente da Câmara oliveirense, José Carlos Alexandrino, justificou o protesto agendado para o dia 24 com a necessidade de mostrar ao poder do Terreiro do Paço, as injustiças que têm sido cometidas com o concelho de Oliveira do Hospital em termos de infra estruturas rodoviárias e ultimamente em matéria de saúde, deixando o concelho “doente”, sem médicos de família.
“Tentámos todas as vias do diálogo e só quando os responsáveis políticos deixaram de dar resposta e de nos receber é que nós pensámos avançar”, garantiu o edil, para quem esta é uma luta “supra partidária” que “nos obrigaram a fazer” por manifesta falta de resposta para dois problemas graves da população. Um deles, apontou, à “cabeça”, é a saúde. “O concelho de Oliveira do Hospital está doente, porque há mais de 13 mil utentes sem médico de família e a saúde está um caos”, afirmou, lamentando que o projeto que apresentou ao Governo nesta área e que prometia revolucionar os cuidados primários de saúde no concelho, não tivesse tido abertura por parte dos titulares da pasta, com o argumento de que esta “não era altura para se mexer na saúde em Oliveira do Hospital”.
Com mais de metade da população sem médico de família, Alexandrino sai para a “estrada” esta sexta-feira por uma outra razão forte: as acessibilidades e a famigerada conclusão do IC6 até à A25. O ultimato aliás tinha sido dado ao Governo em maio, e à falta de respostas para o problema que se arrasta há pelo menos 20 anos, o presidente da Câmara decidiu não esperar mais. “O secretário de Estado se tivesse vergonha já se tinha demitido, porque nos prometeu a nós, a Seia e a Gouveia que se nos entendêssemos em relação a um itinerário que lançaria o concurso e até agora nada foi feito”, recorda o edil, lembrando que “só tinha uma solução” que era colocar na agenda uma grande jornada de luta em defesa destes dois “direitos” dos oliveirenses.