Sete anos depois da passagem do “furacão de fogo” que deixou “um rasto de destruição” no concelho, o Município de Oliveira do Hospital prestou homenagem às vítimas mortais do incêndio, numa cerimónia, esta terça feira, que começou com uma romagem aos cemitérios.
Um dia que nunca ninguém vai esquecer e que marca “a memória coletiva de Oliveira do Hospital”, que foi ainda assinalado com a deposição de uma coroa de flores junto do “Mural em Memória do Grande Incêndio de 15 de Outubro de 2017”, pintado na torre dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital na presença de familiares das 13 vítimas mortais.
Na Igreja Matriz foram também acendidas 13 velas junto à imagem de Nossa Senhora de Fátima, onde ecoaram 13 badaladas em homenagem às vitimas. Nas cerimónias, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, recordou a forma violenta como o incêndio de 15 de outubro de 2017 atravessou o concelho e destruiu casas, empresas e 13 vidas humanas, num dia duro e marcante para todos os oliveirenses.
“É uma cicatriz que continua presente na vida dos cidadãos”, comparou o edil, homenageando todos quantos perderam uma parte das suas vidas neste fogo, aqueles que partiram, aqueles que se reergueram, mas também todos aqueles que ficaram com “cicatrizes psicológicas” e que ficaram com este dia marcado para sempre, referiu José Francisco Rolo, considerando este “o dia da memória coletiva de Oliveira do Hospital”. ”Um momento de evocar a tragédia e agradecer ainda a todos os agentes de proteção civil e profissionais de saúde que que estiveram no terreno e avançaram para proteger e cuidar dos outros”.
Sem registos de uma tragédia desta dimensão, que dizimou 97% da área florestal do concelho, e consciente de que nunca se recupera totalmente deste ”grau de destruição”, o presidente do Município faz notar que muito já foi recuperado ao nível das habitações, das empresas, das explorações agropecuárias e também ao nível do apoio às pessoas mais vulneráveis. José Francisco garante que o empenho daqui para o futuro é ”diminuir o risco” de incêndio, retirando carga combustível da floresta, o que acredita que vai ser uma realidade com os novos projetos de intervenção florestal (AIGP) e os ”Condomínios da Aldeia”, aprovados para o território.
“Naturalmente há muito trabalho para fazer, e é um desafio para todos fazermos face a uma nova fase da nossa vidas que são as alterações climáticas que provocam cada vez mais fenómenos extremos”, concluiu o edil, num dia marcado, uma vez mais, pelas cerimónias evocativas do 15 de Outubro de 2017.
Fotografias da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital
Margarida Prata