Aberto ao público desde finais de julho, o novo pulmão da cidade oliveirense – o parque dos Marmelos foi inaugurado, na passada sexta feira, na presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro e do secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino.
Uma inauguração que foi também uma oportunidade para o presidente do Município, José Francisco Rolo, dar conta do trabalho feito nesta área, mas também das preocupações do seu executivo relativamente às questões climáticas e energéticas.
A inauguração deste novo espaço “é uma opção importante de Oliveira do Hospital para ajudar a mitigar os efeitos das alterações climáticas”, referiu o autarca, que falou ainda numa opção de “responsabilidade ambiental” que visa reforçar o “corredor ecológico” da cidade até ao parque do Mandanelho.
Representando um investimento de 800 mil euros, financiado em 85% pelo quadro comunitário 2020, a requalificação do parque dos Marmelos contemplou um conjunto diversificado de intervenções que vão desde a criação de um parque canino, a espaços para recreação cultural e atividades radicais, ao desassoreamento da linha de água da ribeira de Cavalos, numa extensão de 2,5 hectares.
Lembrando que ao nível do PRR as opções de investimento são a criação de “espaços verdes e corredores ecológicos que valorizem e humanizem as cidades”, José Francisco Rolo considerou que Oliveira do Hospital está “claramente alinhada” com essas preocupações e com “a necessidade de mitigação das alterações climáticas”, quer seja através de espaços como o parque dos Marmelos, quer através do investimento em mobilidade sustentável e em novas fontes de energia. “Estamos a investir na mobilidade elétrica com a aquisição de três mini autocarros no valor de 700 mil euros”, mas também “temos já aprovado um financiamento de 7,5 milhões de euros para uma comunidade de energia renovável” para a zona industrial da cidade, deu conta o edil não escondendo a sua preocupação com o aumento da fatura energética do Município, que sofreu um acréscimo de mais de 100 mil euros mensais, disparando 123%. “Isto pesa nas contas do Município, assim como o aumento com a recolha seletiva de resíduos”, afirmou, apelando ao mesmo tempo à ajuda da tutela para “desamarrar este garrote”.
Um apelo que se estendeu ao IC6 e à necessidade de concretizar mais um troço deste itinerário até Folhadosa, tal como prometido pelo anterior Governo do PS. “Pedia -lhe o seu melhor empenho para que o processo se concretizasse dentro dos prazos, até porque há uma resolução do Conselho de Ministros nesse sentido e existem verbas do leilão 5G”, recordou o presidente da Câmara, considerando as questões ambientais da maior importância para o futuro das novas gerações e do trabalho das autarquias.
Também o presidente da Assembleia Municipal e atual deputado da nação, José Carlos Alexandrino defendeu um olhar mais atento dos responsáveis políticos para um “tema que não é muito interessante”, mas que é um tema incontornável nos dias de hoje, como é o ambiente e o clima. “Já todos percebemos que sofremos as alterações climáticas fruto dos incêndios e o nosso território está igual, senão pior que em 2017. Este é um drama enorme”, constatou Alexandrino, pedindo mais ação e menos discursos, nesta matéria, para devolver a esperança a estes territórios do interior e deu o exemplo do que aconteceu ainda recentemente com a carta de perigosidade dos incêndios rurais, que conseguiu que fosse suspensa, e que ira mais uma vez “ferir de morte” estes territórios.
Defendendo que o atual combate às alterações climáticas é também uma luta pela “nossa soberania” e pela “nossa liberdade”, de forma a “dependermos menos de determinados regimes”, o Ministro do Ambiente e da Ação Climática congratulou-se com o investimento de Oliveira do Hospital na reabilitação de um espaço que é uma “verdadeira ilha verde”. “A criação de espaços verdes , de ilhas verdes são extremamente vitais para termos cidades mais saudáveis, permitem temperaturas mais amenas, a retenção de água e uma mobilidade suave”, afirmou o governante, satisfeito por perceber que os municípios estão ao lado do Governo neste desígnio de combate às alterações climáticas, percebendo que este “é um dos maiores desafios para o país” e para “a humanidade” como ficou à prova ainda este verão, com os fortes impactos causados pela seca e pelas ondas de calor.