Uma praga de milhares de ratos está a invadir campos agrícolas e habitações em alguns dos concelhos atingidos pelos incêndios de 15 de outubro de 2017.
Um problema que está a deixar à beira de um ataque de nervos as populações e autoridades. “Neste momento está tudo descontrolado. Já vivo nesta região há nove anos e nunca tive ratos em casa”, revela Angela Santos, habitante da aldeia de Covas no concelho de Tábua, distrito de Coimbra.
Os autarcas locais estão a tentar encontrar uma solução para esta situação inesperada. “Estamos a avaliar a situação para podermos agir em conformidade”, adianta à Renascença, António Oliveira, vereador da Câmara Municipal de Tábua. Nos incêndios “os predadores dos ratos morreram e a situação descontrolou-se”, realça.
Também no concelho vizinho de Oliveira do Hospital a situação é alarmante. Os comerciantes locais não têm mãos a medir na venda de ratoeiras e raticidas. Francisco Costa, comerciante na povoação de Ponte das Três Entradas há mais de 30 anos já vendeu mais raticida em “dois meses, do que nos últimos cinco anos.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, adianta que este foi mais um caso infeliz no meio da tragédia dos fogos. “Aquilo que constatamos é que os incêndios trouxeram outras consequências que à primeira vista não imaginávamos”, frisa. Adiantando que foi preciso reforçar o trabalho das empresas de desratização. “Precisamos encontrar uma solução mais global, mas sinceramente não sei qual é, uma vez que não sei ainda qual é a dimensão”, salienta a concluir.