À frente dos destinos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH), há praticamente um ano, Vera Cunha entende que o tema das novas instalações da escola deve marcar fortemente a agenda do concelho, nos próximos tempos.
Não só porque encontrou uma escola no “limite da sua capacidade” e a precisar de mais espaço para se poder expandir, mas porque o Instituto Politécnico de Coimbra pede celeridade no investimento. “A organização que está a ser feita todos os semestres para que os cursos cá caibam é bastante grande, a escola está preenchida no limite e, neste momento, estamos com um problema, porque os exames já estão a ser feitos quase em horário pós laboral, nas disciplinas que obrigam à utilização de mais que uma sala, os exames já estão a ser transferidos para as 5 da tarde”, conta a nova presidente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital, assumindo que este é dos grandes problemas que tem pela frente, e se é certo, que não é novo, pode comprometer o futuro da instituição.
“Não temos condições para acolher mais alunos, crescer é impossível, com estas instalações”, diz, fazendo notar que os atuais 650 alunos já são “encaixados” com alguma dificuldade no edifício do antigo quartel dos bombeiros de Oliveira do Hospital, propriedade da Câmara Municipal.
Além disso, “não temos tempo para estar à espera”, garante Vera Cunha que tem acompanhado as conversações entre o IPC e a Câmara Municipal com vista a resolver o problema das instalações da escola superior, deixando clara a sua opinião: “eu acho que as instalações deviam ser de raiz, porque a solução que está a ser apresentada – a adaptação da EB1 de Oliveira do Hospital – implica o timing de terminar as obras do novo campus educativo, implica o timing de deitar abaixo o edifício da atual escola do primeiro ciclo e implica o timing de reconstruir, ora o novo campus educativo só estará concluído previsivelmente no final do próximo ano e nós não temos tempo”, observa a presidente da ESTGOH, que defende a construção das futuras instalações na “entrada da zona industrial” para quem sai da cidade, considerando que “assim a escola fica próxima da cidade e ao mesmo tempo próxima das empresas”.
“Acho que esse sítio – aqueles dois primeiros lotes à entrada da zona industrial – era fantástico”, sublinha, rejeitando a solução que está em cima da mesa e que é proposta pela autarquia oliveirense de adaptar a atual escola do primeiro ciclo. “Ficamos com sensação de não ter por onde crescer, aquele local não vai ter espaço de estacionamento, não vai ter espaço para serviços, não vai ter espaço para um campo desportivo, eu acho que vamos ficar completamente atrofiados no meio de Oliveira do Hospital” entende a presidente, julgando que a cidade “já merece um campus universitário” que pudesse juntar também o ensino profissional, “como têm outras cidades da dimensão de Oliveira do Hospital”.
“Nós ali (na EB1) estamos a afunilar tudo outra vez, onde é que estacionamos? Bloqueamos a cidade, em minha opinião, continuamos a remendar”, entende ainda Vera Cunha, lembrando as declarações do presidente do IPC que apelou ao inicio das obras das novas instalações, o mais tardar, em março de 2023. “Ao ritmo que são feitas as obras públicas, nunca vamos ter a escola primária a transitar para o novo centro educativo no próximo ano, e depois são precisos mais dois anos para a adaptar e nós não temos esse tempo”, alerta, lembrando que de uma forma ou de outra, a escola precisa rapidamente de novas instalações, senão “não conseguimos crescer”.