Em nota de imprensa, os docentes do AEOH refletem os sentimentos da greve que hoje, 13 de dezembro, promoveram nas escolas do AEOH, com exceção do centro Escolar de Nogueira:
“Hoje fechámos a escola e manifestámo-nos — urbi et orbi — à sua frente, pela dignidade da educação, pela dignidade da nossa profissão.
Muitos dos nossos direitos têm sido violados pelo Ministério da Educação, que colocou a classe docente numa situação de precariedade e gerou um clima de incerteza na vida de cada um de nós. A par das injustiças que se têm vindo a multiplicar, anunciou-se um novo e iníquo modelo de colocação de professores que irá dar a “machadada” final no estatuto da carreira docente.
Os professores têm sido, ao longo dos anos, desconsiderados e, sobretudo, muito desrespeitados:
– existência de cotas para a avaliação e progressão na carreira, ou seja, uma avaliação de desempenho docente injusta, com o único propósito de impedir o acesso ao topo da carreira;
– extorsão do tempo de serviço;
– inexistência de ajudas de custo para muitos colegas que estão a centenas de quilómetros de distância da sua residência familiar;
– violência nas escolas;
– burocracia asfixiante;
– desvalorização crescente do trabalho realizado em contexto de sala de aula;
– formação de professores que despreza a atualização científica enquanto glorifica a «capacitação digital» e da avaliação pedagógica;
– municipalização da Educação (que, entre outras medidas previstas, determinará que os professores sejam recrutados por um conselho de diretores, envolvendo as comunidades intermunicipais).
Esta última medida conduzirá os professores a uma submissão inigualável, baseada em critérios subjetivos e “perfis” que põem em causa a transparência e a justiça na colocação de docentes e abrirá caminho para as mais previsíveis perfídias que são, afinal, tão tradicionais neste país de «brandos costumes» (favorecimentos político-partidários, nepotismo, amiguismo…)
Para lutarmos contra estas e outras iniquidades que a tutela tem promulgado contra a classe docente, fizemos greve e estamos preparados para participar em outras formas de luta.
Contamos com a compreensão e solidariedade de todos nesta luta!”