PSD prepara convívio anual das Caldas de S. Paulo com críticas antecipadas ao seu principal opositor – o PS – que acusa de prometer “mundos e fundos” para desviar candidatos.
É já no final do mês que o PSD realiza o tradicional encontro laranja nas Caldas de S. Paulo, também conhecido como o “Pontal das Beiras”, por durante anos se assumir como o maior convívio social democrata da região.
Por se tratar de ano de eleições autárquicas, a Comissão Politica Concelhia decidiu antecipar o encontro para o mês de junho, aproveitando assim para “dinamizar” a candidatura de Cristina Oliveira à Câmara Municipal, apontando para o dia do convívio, 30 de junho, a apresentação senão da “globalidade”, a “maioria” das listas concorrentes aos diversos órgãos autárquicos.
António Duarte garante tudo estar a ser afinado para no dia da festa ser apresentado o cabeça de lista à Assembleia Municipal e ainda os candidatos às freguesias, o que em termos de mobilização poderá funcionar também como uma espécie de “barómetro” da candidatura liderada por Cristina Oliveira. “É evidente que o objetivo é trazer o maior número de pessoas possível, apesar das políticas de aliciamento do atual executivo estarem a retirar ao PSD alguma margem de manobra”, assume em tom crítico o líder do PSD local, lamentando que o partido no poder na Câmara Municipal “tudo faça para criar dificuldades ao PSD na constituição das suas listas”.
“O PSD está a fazer um trabalho positivo, o que nós constatamos é que o presidente da Câmara e o presidente da Assembleia Municipal tudo têm feito, num momento difícil como aquele que vivemos, prometendo «mundos e fundos» às pessoas para estas não concorrem nas listas do partido social democrata”, acusa António Duarte, considerando este trabalho “pouco digno de quem se intitula democrata” e de quem “prometia outro tipo de lisura”. “Essa dificuldade na constituição das listas tem a ver com essas razões”, sobretudo, diz, “com as promessas e com a pressão que está a ser dirigida a eventuais apoiantes do PSD”.
Contrariedades que, segundo o presidente da Concelhia laranja, poderão mesmo “impedir” o partido de apresentar candidatos nalgumas freguesias do concelho, o que não sendo “inédito” não deixa de seruma situação indesejável para a estrutura partidária. “O objetivo é termos listas em todas as freguesias, mas poderá haver uma ou outra localidade onde haja maior dificuldade, tal como aconteceu no passado, em que o PSD em determinados momentos não apresentou candidatos”, admite Duarte, denunciando os “entraves” que estão a ser colocados à candidatura de Cristina Oliveira.
Dificuldades que o líder local do partido atribui de forma “indireta” à candidatura do CDS/PP que, adianta, embora não esteja a “prejudicar” a campanha social democrata, “já revelou estar mais para agradar ao PS do que ao PSD”. António Duarte é aliás, lacónico, relativamente a uma eventual coligação com a candidatura encabeçada por Vasco Campos, dizendo que “o CDS está mais interessado em manter o «status quo» existente, do que num projeto de desenvolvimento alternativo para o concelho como preconiza o PSD”.
Criticas que terão eco no próximo dia 30, no tradicional convíviodas Caldas, onde António Duarte promete “marcar a agenda politica” com um balanço “duro” do trabalho do atual executivo camarário. “Irei falar do momento que o concelho atravessa, da falta de programa, de iniciativa e de obra que existe no concelho”, afirma, sem mais pormenores da sua intervenção política, deixando também para dia 30 a apresentação das propostas “alternativas” de governação para a Câmara Municipal.
Depois de ter perdido algum “élan” nos últimos anos, fruto das divisões e do conflito interno dentro do PSD, o convívio social democrata regressa, este ano, mais cedo que o habitual por causa do calendário eleitoral autárquico, prometendo também ser um primeiro “teste” à popularidade da candidata laranja. “Apontamos para um número significativo de pessoas, vamos ver se ainda temos de pedir os autocarros emprestados à Câmara Municipal para encher o recinto, como fizeram com a Feira do Queijo”, afirma Duarte, numa crítica antecipada ao dinheiro que o executivo gasta em festas.