Na prova, organizada anualmente pela World Triathlon Corporation, o Rafael conseguiu a 71ª posição no escalão M40, 44 e a 484ª posição na geral. Foi o melhor coimbrense em prova e o quarto melhor português na competição entre 17 representantes nacionais. Qual foi a sensação de alcançar uma classificação como esta numa prova deste calibre?
Consegui a qualificação há dois anos, em Barcelona, num período complicado, pois fui para a cidade com algumas dores no joelho devido a uma lesão. Depois de ter feito a classificação no Ironman de Barcelona, em que fiquei na 9ª posição na geral e em 2º na prova do meu escalão, consegui o apuramento para o Havaí.
Depois, a prova no Havaí só foi feita dois anos mais tarde, dado que a Ironman Corporation decidiu anular a competição desse ano, porque era muita gente a ir para a ilha: quase seis mil atletas masculinos e femininos. Não era possível para o Havaí suportar as provas masculinas e femininas em simultâneo. Então a própria ilha decidiu que teriam de reduzir a quantidade de atletas que iam, por isso a prova foi adiada de 2022 para 2024, para o Ironman do Havaí.
Antes deram-nos a opção de ir a Nice (França), porque eles depois dividiram as mulheres: iam a Nice num ano as mulheres e os homens ao Havaí noutro ano. No ano passado calhou a ida dos homens a Nice, ao Ironman Worldchampionship 2023 em Nice, e a das mulheres ao Havaí, ao Ironman Worldchampionship 2023 no Havaí. Este ano reverteu-se: a prova dos homens foi no Havaí e a das mulheres em Nice. Eu como tive a possibilidade de escolher, porque a grande meca do triatlo era mesmo no Havaí, decidi só ir ao Havaí, porque consegui a qualificação antes da decisão deles: se tivesse obtido a qualificação depois da decisão teria de ir mesmo a Nice.
Só os melhores é que vão ao Havaí. Só os melhores do mundo, os melhores classificados é que conseguem slots. Eu fico muito feliz com o resultado que obtive, porque foi um triatlo completamente ‘’ingrato’’… Eu já tinha lá ido há nove anos, em 2015, mas este ano foi um triatlo completamente ‘’ingrato’’ devido às condições climatéricas. Mesmo para os profissionais que correram, para os grandes favoritos: ninguém saiu satisfeito com o resultado da prova.
Eu inatamente nunca fico muito satisfeito (risos). Mesmo se ganhar alguma prova ou algum escalão fico um bocado insatisfeito e sei que posso fazer cada vez melhor. Agora que possam dizer ‘’fizeste um bom resultado’’: claro que fiz um bom resultado. Foi um resultado satisfatório, mas o meu sonho era conseguir ficar nos dez primeiros do mundo ou do meu escalão ou até ficar no pódio, não é? Uma pessoa trabalha para ser bom, para ser o melhor que consegue.
De 72 de 300 atletas do meu escalão e de mais 400 e tal da geral acho que foi muito bom, porque eram quase mais de três mil atletas. Posso dizer que sou uma pessoa muito satisfeita por estar nos melhores do mundo, fazendo uma prova abaixo das dez horas, um melhor tempo em comparação à última vez que fui lá e dez anos depois, com mais idade ainda e em condições mais adversas, porque se tivesse as condições que tive no ano em que fui secalhar tinha obtido um melhor resultado com o treino que fiz. Também a experiência é outra: já tenho mais de 20 Ironmans feitos, este foi o meu 20º. Ironman, que tentei propositadamente realizar no Havaí para ser ‘conta redonda’. Daqui para frente é procurar outros objetivos. Esquecer um bocado o Ironman, porque é muito cansativo: esse tipo de preparação, esse tipo de foco. Mas, estou muito satisfeito com o resultado.
Antes competiam todos juntos, no mesmo local? A competição dos homens e a competição das mulheres?
No ano em que eu fui era tudo junto, três mil atletas: só havia 1.500 homens e 1.500 mulheres. Depois da Covid eles aproveitaram-se um pouco dos adiamentos do Havaí e começaram a adiar slots. Foram testar a ilha com mais de cinco mil atletas e a ilha não tem capacidade nem para três mil quanto mais para cinco ou seis mil e lá nos EUA são muito rigorosos naquilo que fazem, eles levam as coisas muito a sério: não dão abébias relativamente ao excesso das capacidades da ilha.
Eu por acaso tive sorte de ter adiado para o Havaí, porque conseguindo a qualificação e ir a Nice era um bocado ingrato, porque eu comprei um slot que dizia Havaí não dizia Nice. Demos 1500 dólares por um slot que dizia que nós íamos ao Havaí.
Depois de Cascais – pois antes da decisão da separação da prova dos homens e da prova das mulheres pela ilha do Havaí ou pela cidade de Nice houve o Ironman Barcelona e o Ironman Cascais – eles decidiram que tinham de alterar as regras. Mas, eu não acho que seja muito inclusivo, muito a favor da igualdade de género. Eu acho que eles deviam era pensar menos no dinheiro, não é? Nós queremos é correr junto às mulheres e junto aos homens, que toda a gente esteja a correr na mesma competição. Não é uma organização muito coerente, no meu ponto de vista, porque quando nós falamos em igualdade hoje em dia ali não há muita igualdade, não é? Eles deviam perder amor ao dinheiro, pôr menos pessoas na ilha e todos faziam o mesmo campeonato.
Eu em Barcelona consegui o segundo lugar a 20 segundos do primeiro do meu escalão. Fiquei em 9º lugar na geral em Barcelona. E a questão é: imagina que eu não queria comprar o slot. Eu não comprando o slot eles vão rebuscar o terceiro lugar. Se o terceiro lugar não quiser comprá-lo eles vão rebuscar o quarto lugar. Se o quarto lugar não quiser ir buscar vai o quinto lugar e quer comprá-lo. Não são os melhores às vezes que estão lá… Neste caso, ambicionam sempre os melhores a ir lá e estão lá, mas é um processo desigual.
O melhor do meu escalão era profissional. Corre nos amadores, mas ele é profissional. Ele só faz vida daquilo: corre para ganhar e ser campeão do mundo. É um bocado desigual relativamente a um ‘professorzito’ aqui da aldeia que nem sequer tem uma piscina de 25 metros para nadar (risos), que vai correr com autênticos profissionais e que conta o tempo do dia para poder fazer uma entrevista ou para poder treinar um bocadinho. Se for a ver conto as meias horas para poder ir treinar no meio do dia, para poder fazer aquilo que eu mais amo que é fazer triatlo.
Acho que posso dizer que sou uma pessoa satisfeita com aquilo que faço. Tenho duas filhas, sou professor a tempo inteiro, tenho um ginásio e consegui grandes feitos nisto tudo.
Como é que foi então a preparação para este campeonato, ou seja, como é que era a sua rotina, os seus dias antes de ter partido para a prova. Foi com uma semana de antecedência, certo?
Fui com uma semana de antecedência. No sábado nós já chegámos tarde, por isso tivemos lá seis dias antes da prova. A preparação foi, como eu disse desde o início, um bocado atribulada, porque eu, no final de 2022, depois do Ironman Barcelona, fui operado ao joelho, o que me causou problemáticas bastante grandes ao longo da época de 2023.
Arranquei na época de 2023 com toda a vontade. Foi uma das minhas melhores épocas em termos de resultados pessoais. Fui vice-campeão nacional de longa distância, fiquei em primeiro no ranking nacional de distância longa, fiz o Xtreme da Serra da Estrela em que fiquei em segundo lugar da geral… Tive bastantes títulos, tive um ano em pleno, mas cheguei ao Xtreme da Serra da Estrela e voltei-me a lesionar no mesmo joelho. E andei novamente a treinar só adaptar-me à natação, à bicicleta, porque a natação e a bicicleta não causavam dores, mas estava um bocado desmoralizado.
Recorri a vários técnicos e médicos, os melhores nacionais, que me tentassem resolver o problema, mas só consegui resolvê-lo praticamente em maio e não ficou resolvido logo completamente. Consegui arranjar uma boa fisioterapia e decidi começar a fazer fisioterapia de outra forma. Consegui começar novamente a correr e depois, em junho, tentei fazer o Ironman no Campeonato Nacional novamente no MultiSport, mas não consegui terminar, desmoralizado não consegui terminar esse Ironman.
Em abril já tinha feito uma vez suplementação ao joelho, que não tinha dado resultado, mas tive de fazer outra vez em julho para ver se dava resultado agora para o Havaí. Dessa vez, com a suplementação em julho, resolvi praticamente o problema e a partir daí só comecei a treinar a 100% em julho.
Foi estar com o ‘coração nas mãos o tempo todo’. É uma preparação um bocado complicada. Para poder fazer o mínimo de corrida possível tentei focar-me na perda de peso só com a alimentação e consegui ter um peso como já há muitos anos não tinha, há mais de 12 anos que não tinha o peso que tive para esta prova, focado para ter um bom resultado depois na maratona. Cheguei a treinar em média 12 horas por semana, em semanas máximas 15 ou até 18 horas. Na bicicleta fiz um ano bastante bom: apostei muito na natação e na bicicleta enquanto estive lesionado e depois arranquei para a corrida, tentando colmatar a falta de corrida que tive ao longo do ano em julho, agosto e setembro.
Depois fiz o Xtreme da Serra da Estrela, em que fui um dos embaixadores da prova, convidado, com a distância do Ironman. Esse podemos considerar que foi um ‘Ironman’ também muito duro, mas em termos de condições climatéricas não tanto, porque o que causa a grande dor no Havaí são as condições climatéricas. No ‘Ironman da Serra da Estrela’ as dificuldades foram causadas pela altimetria que nós apanhamos. Fazemos 180-190 km, com 5000 km acumulados de fazer quase oito horas de bicicleta, nadamos no Vale do Rossim os 3800 km e depois fazemos uma maratona quase em trail: com mais de 1400 km acumulados fiz quase 14 horas de prova nesse ‘Ironman’. Fiz uma prova no Havaí com nove horas e 47 minutos e fiz uma prova de 14 horas aqui na Serra da Estrela. Foi o meu 19º. ‘Ironman’. Consegui acabá-lo, já estava motivado porque essa prova foi uma prova de treino em que pensei ‘’se não me doer o joelho aqui já estou psicologicamente preparado para conseguir fazer o Havaí’’. Fiquei muito satisfeito, não pelo resultado que tive, isso não me interessa nada: pensei antes ‘’estou pronto, vou continuar a tentar perder aqui mais uns quilos’’. Consegui ainda perder mais um ou dois quilos até ao Havaí, atingindo o peso ideal de 73 kg para ir para a ilha e ia motivadíssimo.
Depois consegui o apoio da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física de Coimbra (FCDEFUC), que me fez a aclimatização na semana antes de ir embora. Fizeram-me várias avaliações e tinha uma perspetiva de resultado completamente diferente, porque já estava a preparar o clima, a treinar às horas da prova, à meia-noite. Uma pessoa não tem noção: nós temos de virar o corpo do avesso para ele se aclimatizar e já perspetivar a vida da prova, como se nós já estivéssemos a viver a prova lá.
Ao ‘fim e ao cabo’, eu estava bem confiante daquilo que poderia fazer, porque os resultados da faculdade foram bastante ambiciosos e interessantes, mas depois o clima de lá não é a mesma coisa do que o clima de cá. Tinha objetivos de tempo, mas os resultados foram outros. O vento que se levantou lá na bicicleta de repente foi outro…
Os escalões não partem todos ao mesmo tempo: partiram primeiro os profissionais uma hora antes quase de nós, no meu escalão, e depois, ao longo do processo, até eu partir às 7h10, 7h15, partiram vários escalões. O resultado que, por exemplo, um elite fez naquele dia não pode ser comparado com quem partiu mais tarde, uma hora depois. Porquê? Porque o vento lá na ilha vira em dez minutos. Se estava a Noroeste sempre para os profissionais e para as camadas mais jovens que partiram antes de nós, quando vira o vento se tu estiveres a 20km a chegar, porque os últimos 20km da bicicleta é quase tudo a descer, não são os mesmos 60km em que eu começo a receber o mesmo vento, em que eu estou ainda a subir até aos últimos 20km, estou contra o vento e a subir. A partir daí a prova virou-se. Todos os escalões que partiram depois das 7h00, 7h10, tiveram um tipo de prova e os que partiram antes tiveram outro tipo de prova.
Mas, as regras do jogo foram essas. Os do meu escalão partiram todos comigo, mas os resultados da geral não podemos considerar que sejam resultados idênticos. Porque foram partidas por vagas, com diferenças horárias, com diferentes tipos de ambientes, diferentes tipos de vento. O resultado que nós tivemos num escalão se tivéssemos partido 40 minutos antes podia ter sido menos 20 minutos ou 30 minutos, consoante aquilo que íamos apanhar, porque levantou-se um vento enorme. Eu estava a perspetivar uma prova de bicicleta de quatro horas e 50 minutos, mas vi que tinha de produzir ainda mais força na bicicleta, – porque nós temos os medidores de pedaleiro e de watch, etc. – por isso tive de aliviar a carga do pedal e ir a um ritmo mais lento, porque estava contra o vento e pensas assim: ‘’mas, eu já estou a fazer cinco horas, isto vai ser o descalabro’’ (risos).
Tens de ter muita força psicológica, tens de dizer ‘’agora vou arrancar numa maratona muito boa’’. Arranquei numa maratona muito boa, mas depois estava uma grande humidade… Foi autogestão até o final. Até os profissionais levaram um estoiro enorme. Dos favoritos ninguém ganhou. Quem ganhou a prova não foi um favorito. Ninguém ficou satisfeito com a prova, porque foi uma prova muito dura em termos psicológicos, em termos de alterações climáticas. Choveu no final da corrida, aquilo foi duríssimo.
Como já referiu, além da vida de atleta, também gere um ginásio e é professor de Educação Física na Eptoliva. Como é conciliar tudo isto? Como é o seu no dia a dia? Principalmente quando participa neste tipo de competições?
Primeiro, eu sou uma pessoa muito feliz com a minha vida pessoal e profissional. Porquê? Porque, primeiro, tenho uma família ali que me apoia a 100%.
Sou o gerente do ginásio, mas não é o trabalho que me dá a fonte de alimento para viver. Posso dizer que trabalho numa excelente escola, que gosta muito de ter um professor como eu e que gosta de me apoiar em tudo o que faço, dando-me a oportunidade de participar neste tipo de provas, fazendo os possíveis para que eu seja um atleta à mesma e continue a ser, a ter a ambição de poder correr e fazer as provas que faço. Só tenho a agradecer à Eptoliva e, principalmente, a toda a direção que a representa.
É muito difícil. É difícil porque para poder treinar tenho de acordar às 6h00 da manhã. Tenho de encontrar um equilíbrio de descanso, pois às vezes até às 22h00 da noite posso estar a treinar fora de horas para poder fazer alguns treinos a mais que não consegui fazer durante o dia. O ginásio também requer alguma atenção: tenho de estar presente com os clientes, fazer o melhor possível com os clientes, dar as aulas de CrossFit e estar com os atletas que eu acompanho no triatlo e no trail, nos desportos de Endurance e de bicicleta e ciclismo.
Gerir a minha vida de atleta, desde o momento em que eu tive as minhas filhas também tem sido um processo de treinar cada vez menos, porque nós temos de dar prioridade à família. Tenho encontrado métodos de treino completamente diferentes para eu poder manter a minha performance e manter a minha atividade física em pleno. É uma gestão.
Quando me dizem que uma pessoa normal, que tem uma vida normal, que tem família não tem tempo para treinar eu não acredito nisso porque acho que com 30 minutos no nosso dia ou 20 minutos é possível poder treinar com acompanhamento. É só procurar as pessoas: um nutricionista, um técnico ou alguém que lhes ensine a gerir bem o tempo do dia. Se acordarmos 30 minutos mais cedo podemos treinar. É só nós querermos. Se for a tua prioridade vais conseguir.
Vou deixar de dar tanta prioridade a minha vida como atleta durante uns tempos, porque isto é muito cansativo. Vou dar prioridade a ser treinador e a ser professor e a dedicar-me mais a minhas filhas, que são a minha prioridade. Agora vou deixar de treinar? Não, isso não vou deixar, porque vou encontrar sempre 20 minutos ou 30 minutos no meu dia para fazer um treino. Agora ter duas horas do meu dia para treinar já é mais difícil.
Há sempre uma maneira de nós conciliarmos as coisas. Infelizmente, neste momento, temos uma piscina de 17 metros, mas talvez daqui a uns tempos vamos ter mais. Mas, se tu tiveres um apoio do município, que te dê as horas, que esteja bom… Quando nós temos boa vontade e há energias positivas conseguimos fazer tudo. Tem é que haver boa vontade de todas as partes: da família, das entidades, dos professores, da Eptoliva, dos meus colegas professores que gostam de mim, porque tenho uma boa relação com muita gente.
Se houver pouca vontade começamos a criar quezílias e as coisas começam a correr mal. Eu vivo muito pelas energias positivas: de fazer bem aos outros para que os outros me façam bem a mim, para nós conseguirmos evoluir em tudo, em termos profissionais, em termos familiares, etc.
Certamente tem de existir aqui um certo apoio, ou seja, patrocinadores e parceiros para suportar os custos de tudo isto. Que papel têm tido estes parceiros e estes patrocinadores ao longo da sua vida como atleta?
Quando consegui a qualificação tinha decidido que não iria pedir patrocínios ou que não iria tentar angariar patrocínios, porque eu vivi muitos anos, até 2012, a lecionar só Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC’s). Tinha muito tempo para treinar.
Ainda tinha uns patrocínios valentes por ano. Mas, cansei-me um pouco com os patrocinadores, porque uma pessoa para ter patrocínios hoje em dia tem de ir ‘bater às capelinhas’ e parece que estavam a fazer um favor para te dar o dinheiro. Então eu este ano disse assim: ‘’prefiro gastar eu ou arranjar um mealheiro meu e vou tentando angariar durante dois anos o melhor que puder para poder cumprir este meu sonho de ir Havaí’’.
Ao mesmo tempo vi a boa vontade de alguns patrocinadores que me quiseram alavancar este sonho. Principalmente tenho de agradecer ao meu clube, o Clube Atlético de Oliveira do Hospital (CAOH), e à escola Eptoliva não por me patrocinar em termos monetários, mas por ter feito esforços para que fosse possível eu poder estar presente, pois isto requer trocas na escola. Tenho de agradecer à Tavfer, relativamente ao patrocínio que me deu por boa vontade e ao Município de Oliveira do Hospital, que também me ajudou a concretizar este sonho ao oferecer-me o slot. Tivemos uma reunião na Câmara de propósito e eles disseram que iam apoiar-me com o custo do slot. À Davion, que nos ofereceu o transporte para o aeroporto, à Azuribérica e também à Mundiveste, que ajudam imenso ao arranjar-nos fatos de vez em quando, de oferta, para estarmos bonitos nas galas de desporto (risos). À New ID Coaching, ao nutricionista Pedro Meirinhos, à Licor Beirão, à US Elite Sports Energy…
Tive um patrocinador anónimo que também me ofereceu a quantia do slot, mas ele não quer ter publicidade, porque senão vai ter muita gente à porta (risos). Além dos parceiros que foram fundamentais como a FCDEFUC, quem me ajudou a recuperar da lesão, Amândio Santos, a todos os terapeutas e fisioterapeutas que me aturaram da Fisiopatelar, da Vitalfisio, da FISIOSMART, pois eu ‘bati às capelinhas’ todas para tentar resolver a minha lesão. Também a Pedro Vaz, neste caso da acupuntura, a Jorge Pina da Academia Jorge Pina, e principalmente ao meu fisiatra, Pedro Aroso, pois eu acredito que foi todo este conjunto que resolveu a minha lesão e assim consegui cumprir o meu objetivo de ir correr numa maratona.
Aos poucos, com esta boa vontade de me quererem apoiar, sempre consegui minimizar os gastos do Havaí: invés de terem sido dez mil euros foram ‘’só’’ 6 mil euros. O apoio que eu tive relativamente ao Havaí foi, de facto, bem-vindo, senti-me agradecido, mas o meu principal patrocinador é o Rafael Delaunay Gomes, é o ginásio RDSports neste caso (risos), porque eu tenho de dar visibilidade ao meu negócio, não é?
Sofia Alexandra Gomes, jornalista estagiária