A recuperação das quase 30 habitações que arderam na freguesia de São Gião é a prioridade da Junta de Freguesia, liderada pelo autarca Luciano Correia.
O presidente da Junta adianta que o incêndio que devastou Oliveira do Hospital e outros concelhos da região Centro, no dia 15, destruiu 27 casas na sua freguesia, das quais cinco são de primeira habitação, mas a maioria delas pertence a naturais de São Gião que residem noutras localidades portuguesas ou no estrangeiro. “Foram distribuídos bens de primeira necessidade a toda a gente e há também roupa para todos. A nossa grande preocupação é agora recuperar as casas da freguesia”, onde residem entre 300 e 400 pessoas, adiantou.
Numa freguesia que registou dois mortos, no lugar de Parceiro, além de uma pessoa que residia atualmente na cidade de Oliveira do Hospital, as pessoas que perderam a habitação “estão todas realojadas”, referiu Luciano Correia. O autarca salientou que também foram distribuídas palha e rações para ovelhas, cabras e outros animais que sobreviveram, enquanto os cadáveres de animais foram enterrados com apoio da Câmara Municipal, que “tem estado sempre disponível” para ajudar a resolver os problemas provocados pelo fogo em São Gião. Luciano Correia frisou que um dos mais importantes equipamentos públicos da freguesia, o parque de campismo de São Gião, junto ao rio Alva, praticamente não foi afetado pelas chamas. Apenas a vedação do parque sofreu “danos ligeiros” à passagem do incêndio, que causou a morte de 12 pessoas no concelho.
Em Rio de Mel, que em 2012 já tinha sido atingida por outro incêndio, o fogo destruiu totalmente a cobertura do recinto de festas da Senhora dos Remédios, junto à capela da aldeia, bem como mesas e bancos do parque de merendas, construídos à base de madeira.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves. Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas. Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos.