Presidente da Junta de Lagares da Beira apela à ARS para resolver situação
O presidente da Junta de Lagares da Beira está preocupado com a saída do médico de família da extensão de saúde da freguesia, garantindo que a situação é “aflitiva” tendo em conta a população abrangida por este serviço. Além de Lagares, o posto médico atendia ultimamente muitos utentes das freguesias vizinhas, nomeadamente Meruge e Travanca, que ficaram igualmente sem médico de família. O autarca lembra que a alternativa encontrada pelo Centro de Saúde de Oliveira do Hospital foi a de enviar um médico duas vezes por semana a Lagares da Beira, mas “isso não resolve o problema”, considera, atendendo ao facto do médico só poder marcar oito consultas por dia. “Esta situação transitória não serve as populações”, afirma Raul Dinis, apelando à Câmara Municipal para que resolva o problema da falta de médicos junto da ARS, uma vez que não é só a freguesia de Lagares que está a ser penalizada por esta situação, mas todo o concelho, pois “já tivemos 18 médicos e atualmente temos só 11”.
Também o presidente da Junta de Meruge se queixa do mesmo, pois volvidos três anos do falecimento do médico que prestava serviço no posto médico local, a população ficou sem estes cuidados, sendo obrigada a deslocar-se a Lagares ou ao Centro de Saúde de Oliveira. A questão é que, sem médico de família na extensão de saúde de Lagares, o autarca lamenta que os utentes da sua freguesia não consigam facilmente consulta, a menos que “vão para lá durante a noite”. Aníbal Correia lembra que o conselho que dão aos doentes de Meruge “é apanharem a camioneta que vai para Coimbra às seis e meia da manhã para conseguirem marcar consulta”, mas qualquer dia “vai ser preciso ir para lá com dois ou três dias de antecedência”. Em Vila Franca, João Dinis partilha do mesmo problema desde que fecharam o posto médico e “transferiram as consultas” para o Ervedal, não poupando críticas às políticas erradas dos sucessivos governos em relação ao concelho. “Temos um centro de saúde com mais de 25 mil utentes que tem sido palco de más decisões” e a prova disso adianta o autarca, “é já faltarem compressas e alguns medicamentos”.
Perante as preocupações manifestadas pelos vários autarcas, o presidente da Câmara prometeu “reivindicar um reforço dos médicos” junto da ARS, sugerindo mesmo a contratação de enfermeiros de forma a “amenizar o problema” e, ao mesmo tempo, resolver algumas questões de desemprego nesta área. Além disso, o autarca dá conta de um projeto em parceria com o hospital da FAAD para apoio às populações sem serviços médicos, que é a criação de uma Unidade Móvel de Saúde. “Vamo-nos substituir a quem tem essa responsabilidade”, afirmou Alexandrino, desiludido com as “más noticias do governo” relativamente à saúde no concelho, uma que há dois anos que aguarda luz verde para avançar com a construção de duas extensões de saúde.