Presidente da Junta de Freguesia de S. Gião alerta para importância do Estado apoiar reconstrução das casas de habitação não permanente destruídas pelo fogo de 15 de outubro.
O presidente de uma das freguesias mais fustigadas pelos incêndios de 15 de outubro, a freguesia de S Gião, entende que se nada for feito para ajudar à reconstrução das casas de segunda habitação destruídas pelo fogo, a sua freguesia, nomeadamente as localidades mais remotas vão ficar um autêntico “deserto”.
Na pequena anexa de Parceiro, onde esta semana decorreu o lançamento do projeto “Biblioteca no Largo” que visa levar a leitura às populações mais afastadas da sede de concelho, à boleia da Unidade Móvel de Saúde que se desloca ali todas as semanas, Luciano Correia aproveitou para expressar, uma vez mais, a sua opinião sobre o problema das segundas habitações destruídas pelo grande incêndio de outubro, que se não forem apoiadas, na sua opinião, vão acabar por deixar estas localidades mais recônditas, cada vez mais despovoadas.
“Se não houver um apoio do poder local mas também do poder central para essas segundas casas, para o restauro, isto fica um deserto completamente”, teme o autarca, que já este verão, por altura das festas de agosto, disse notar “alguma redução” de pessoas nestas aldeias por via de agora “não ter cá casa”.
“Temos aqui a morar, nas anexas, cerca de 30 pessoas e notou-se aqui quando foi a festa, ali no dia 10 e 11 de agosto, que havia falta de gente como é hábito”, verifica o presidente da Junta para quem a falta destas casas de segunda habitação recuperadas pode ser a “machadada final” nestes lugares mais isolados.
“As pessoas tinham aqui as suas casinhas, havia um fim de semana prolongado, um dia festivo e vinham por aí acima e enchiam as aldeias de gente, sem essas casas não têm para onde ir, é lógico que não vêm”, conclui, esperando que o seu apelo seja ouvido, pois se assim não for “isto aqui é para acabar”.