Não quer ser pessimista, mas vê o futuro do queijo Serra da Estrela DOP com alguma apreensão, tendo em conta a dificuldade crescente que observa em captar gente nova para esta atividade.
Veterinário municipal e Grão Mestre da Confraria do Queijo Serra da Estrela, Pedro Couceiro, conhece bem o setor e há largos anos que conhece também os problemas dos produtores do genuíno queijo Serra da Estrela.
“A rentabilidade da atividade é cada vez menor e a burocracia é cada vez maior”, considera o confrade, que aponta estes dois problemas como o principal entrave ao rejuvenescimento de uma atividade com séculos de história na região. “Os problemas vão-se mantendo, o que faz com que “o queijo DOP não esteja numa boa situação”, faz notar.
Para o Grão Mestre da Confraria, o futuro do Queijo Serra da Estrela passa pela concentração das unidades de produção “em 3 ou 4 grandes produtores”, de forma a poderem ganhar dimensão para “gerirem toda esta burocracia e os novos canais de comercialização”. “Tudo se conjuga para que mais cedo ou mais tarde isso venha a acontecer, esperemos nós que as características do queijo Serra da Estrela não se alterem”, almejou, sem esconder, contudo, a sua preocupação com a diminuição de produtores de queijo DOP.
“Antes tínhamos 7/8 produtores na nossa Feira do Queijo, agora são 3 ou 4, e há concelhos onde não há nenhum”, faz notar, julgando apesar de tudo que o verdadeiro Queijo Serra da Estrela “não está em risco”, mas em vias de sofrer alguma reorganização e inovação.
foto: arquivo