IC6 domina debate na Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, faz saber que não irá falar mais do IC6, nos próximos tempos, entendendo que as recentes declarações do Primeiro ministro durante uma visita a Oliveira do Hospital, sobre este dossiê, são suficientemente esclarecedoras.
Confrontado pelos deputados da oposição, na última reunião da assembleia municipal, o autarca lembrou que “aquilo que foi negociado com o Governo foi um plano de intenções”, porque “uma obra desta envergadura nunca poderia estar pronta de um ano para o outro. Só o projeto de execução demora um ano a fazer”, referiu. “Agora sejamos sérios: uma coisa é não haver nada, outra coisa é haver um plano de ação e de intenções”, considerou o edil, para quem o PSD não tem sequer legitimidade para falar de promessas não cumpridas relativamente ao IC6, porque “há muito que deixou de lutar por ele”.
“Não acreditaram ontem, não acreditam hoje e nunca vão acreditar no futuro que o IC6 vai ser feito”, afirmou Alexandrino, acusando o PSD local de quer agora vir “tapar o sol com a peneira”, quando foi o governo do seu partido, concretamente o antigo secretário de Estado, Sérgio Monteiro, que retirou esta obra de um documento “nuclear” para o seu financiamento. Agora “o que eu pedi ao governo está negociado”, garantiu o presidente da Câmara, não tendo dúvidas que, também neste dossiê do IC6, são bem visíveis as “diferenças” da sua governação com a anterior do PSD.
Um trabalho reconhecido pelo único eleito do CDS/PP na assembleia municipal, Luís Lagos, que apesar de considerar que Alexandrino “acaba muitas vezes atropelado pelas suas próprias palavras, como aconteceu nesta questão do IC6”, o autarca tem feito “um esforço enorme” para o tema nunca sair a agenda política. Lembrando que o IC6 deve estar acima da luta partidária, Lagos fez ver, por outro lado, que esta via de acesso, embora importante para o concelho, “não nos vai resolver os problemas todos”, até porque “a estrada tem dois sentidos”.
“Temos de nos concentrar naquilo que podemos fazer por nós, e naquilo que cada um de nós consegue fazer por nós”, advertiu o deputado municipal do CDS, que elegeu como prioridade para o concelho a necessidade de atrair e fixar pessoas. “Temos de nos concentrar nisso”, constatou.
Já o PSD, pela voz do deputado Rafael Costa, aproveitou a vinda de António Costa ao concelho e as suas afirmações sobre o IC6, para questionar o presidente da Câmara sobre se mantém a recandidatura a um novo mandato tendo em conta que, depois das declarações do Primeiro ministro “a única certeza que temos é que não estão reunidas as condições para o IC6 avançar”. “As contradições parecem evidentes entre aquilo que afirmou o Sr. Primeiro Ministro e aquilo que afirmou o Sr. presidente”, acusou o eleito do PSD, lamentando que “o IC6, a curto médio prazo, não passe de um sonho”.
Acusações ainda rebatidas pelo eleito do PS, Carlos Maia, que voltou a acusar o PSD de ser o grande responsável por “hoje continuarmos a ter o problema do IC6”, ao ter considerado os investimentos em rodovias “prioridade negativa” junto de Bruxelas. “Quem tem lutado pelo IC6 tem sido o PS, façam justiça a isso”, exortou o deputado, concluindo que o PSD só questiona a recandidatura de Alexandrino, porque está com “receio”.