A primeira edição do Palavras Altas, Festival de Poesia de Aldeia das Dez, veio provar que a poesia é uma brisa suave e doce que prende corações de todas as idades.
No passado dia 13 de julho muitos foram os que se juntaram em Aldeia das Dez, atrás das palavras que voam. A primeira edição do Palavras Altas, Festival de Poesia de Aldeia das Dez, veio provar que a poesia é uma brisa suave e doce que prende corações de todas as idades. Os poemas de poetas locais, soltos pelas vozes de muitos amigos ( foram 19 os declamadores e poetas presentes) encantaram o público ali presente para os ouvir. Tendo iniciado no adro da Igreja Matriz, com poemas ditos por pessoas da comunidade, o festival desceu depois, “em romaria”, até ao largo da aldeia, onde um novo momento, de grande beleza, a todos surpreendeu e ninguém arrancou pé para escutar os fantásticos “dizedores” de poesia, que generosamente, um atrás do outro, libertaram palavras de vários poetas. E, o festival continuou em movimento até à Casa da Memória, espaço cultural de referência em Aldeia das Dez. A Casa da Memória é um espaço que “ habita” na Casa da Obra, edifício histórico, relevante no património edificado da freguesia. A sua arquitetura empresta um ambiente mágico aos eventos que ali ocorrem. E, não foi exceção no que diz respeito ao Palavras Altas. Creiam-me, quando vos digo, foi uma noite especial e memorável. Julgo que aquelas paredes de granito, guardiãs com vários séculos, registaram cuidadosamente e para sempre aquela noite e a poesia que ali foi dita.
O ator Filipe Crawford, que apadrinhou o evento, encerrou o espetáculo contribuindo com a sua arte para elevar o festival.
Terminou por ali, porque de seguida, de alma cheia mas de estômago a pedir algum conforto, o público desceu até à rua principal, para ATASCAR na Mostra de Petiscos e Doçaria Tradicionais de Aldeia das Dez.
A poesia é, de fato, um conjunto de palavras que têm a capacidade de voar, de transcender o quotidiano e tocar as emoções. É como um pássaro que se lança ao céu, trazendo consigo sentimentos, imagens e reflexões. Cada verso tem a capacidade de levar o leitor a um novo espaço, onde o real e o imaginário se entrelaçam.
As palavras na poesia dançam, criam ritmos e sonoridades, construindo universos onde a beleza pode ser encontrada até mesmo nas pequenas coisas. Cada estrofe é uma asa, cada rima, um vento que nos impulsiona a sonhar.
Seja em forma de soneto ou em verso livre, a poesia encontrará sempre uma forma de nos fazer voar, de nos lembrar que, mesmo na simplicidade das palavras, reside a beleza e a complexidade da vida.
No ano que vem teremos mais uma oportunidade de marcar presença num evento tão único e especial como o Palavras Altas, Festival de Poesia de Aldeia das Dez.
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Paula Frade
Investigadora Instituto de Estudos de Literatura e Tradição – Universidade NOVA de Lisboa