Mário Alves entende que a autarquia tem de mudar as regras do jogo.
O vereador do PSD, Mário Alves, voltou a criticar a gestão das associações desportivas do concelho, nomeadamente aquelas que têm futebol sénior, acusando-as de viverem acima das possibilidades. O autarca falava a propósito do pedido feito pelo Nogueirense à Câmara Municipal de antecipação do pagamento do subsidio anual atribuído ao clube, analisado na última reunião do executivo camarário, e relativamente ao qual Mário Alves se mostrou muito critico.
Alves entende que os clubes, tal como outros setores da sociedade, também têm de se adaptar à nova realidade sócio económica e que não vai ser possível a autarquia aguentar o nível de apoios que tem mantido até aqui. “Nós estamos a financiar desporto federado sénior, e se formos lá, aos jogos, não temos lá mais de 100 espectadores, veja quanto custa cada espectador, ou seja, os clubes não geram receita suficiente sequer para o jogo”, referiu o vereador da oposição, julgando que “o erário público não pode continuar a financiar estas brincadeiras”, porque “tem de financiar é quem tem fome”.
Admitindo que foi ele, enquanto esteve na presidência do Município, que elevou a fasquia dos apoios aos clubes, Mário Alves não deixa de assumir que se estivesse agora no mesmo lugar já tinha reduzido esses apoios, para valores ainda mais baixos aos que vigoram atualmente. “Eu também gosto de desporto, o problema é que nós não temos condições para termos o desporto que temos”, afirmou o vereador eleito pelo PSD, considerando que os cortes efetuados já no atual mandato ainda não são suficientes, pelo que adverte o presidente da Câmara a “dizer desde já os clubes que vão ter novos cortes”. “Nós estamos a pagar para salários, não é para as associações, essa é que é a questão”, constatou ainda o autarca, acusando os clubes de “quererem tudo”e de não serem capazes de viverem com a realidade que têm.
O presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino garante que não quer acabar com o desporto sénior, mas também vai deixando claro aos clubes do concelho que “não é possível aguentar os atuais números”. Números e apoios que têm vindo a ser reduzidos “um pouco contra as expectativas dos clubes”, situando-se em menos 40% da verba anual destinada ao desporto. “Neste momento o Nogueirense tem um deficit em relação ao seu orçamento”, adianta o edil, admitindo que o executivo tem de alterar “as regras do jogo” para o desporto sénior, pois “se não tivermos dinheiro, temos outras prioridades, e temos de cortar”.
Também o vereador independente, José Carlos Mendes defendeu novas regras na atribuição de subsídios ao desporto federado, entendendo que estes devem estar de acordo com o número de atletas locais que militem nos respetivos clubes.