Fez ontem precisamente 500 anos que D. Manuel concedeu maior “autonomia” a esta antiga vila do concelho de Tábua.
Tem sido assim um pouco por todas as freguesias e terras distinguidas com forais manuelinos, no concelho de Tábua.
Ontem, foi a vez de Vila Nova de Oliveirinha comemorar os 500 anos da atribuição do Foral pelo rei D. Manuel, efeméride que foi assinalada com uma representação teatral, pelo Grupo de Teatro Viv’Arte, que “convocou os homens bons do lugar para a sua redação”, ao mesmo tempo que “um emissário d’El-Rei apresentava as condições e um tabelião fazia o primeiro assentamento” da carta de foral. O outorgamento do foral foi depois lido na presença de algumas dezenas de populares que se reuniram junto ao Adro da Capela de Nossa Senhora do Loreto, e que concordaram com os termos em que este estabeleceu os direitos e deveres das gentes de Vila Nova de Oliveirinha perante o rei.
Um evento que, segundo o presidente da atual União de Freguesias de Vila Nova de Oliveirinha e Covas, João Nuno, teve como objetivo “recordar um momento alto da história e o passado das nossas gentes”, e que fica perpetuado para as gerações futuras, através do descerramento de uma placa alusiva às comemorações.
Abrilhantadas pelos Viv’Arte, as comemorações dos 500 anos da atribuição do foral contaram ainda com a presença do executivo camarário tabuense, nomeadamente do seu presidente, Mário Loureiro, que atendendo à riqueza e ao património valioso que tem Vila Nova de Oliveirinha, “não poderia deixar de ter o seu foral”. “Vila Nova de Oliveirinha é um exemplo, é sem dúvida uma vila fantástica e uma referência no concelho de Tábua”, considerou o edil, que vê a atribuição do foral de há 500 anos, como um “sinónimo de reconhecimento das pessoas que trabalhavam e que decidiam os destinos da população”. “A história faz parte da nossa vida, temos que a respeitar e saber respeitar o que os nossos antepassados fizeram por nós”, acrescentou ainda o autarca, lembrando que o facto de Vila Nova de Oliveirinha ter sido agregada ainda recentemente com a vizinha freguesia de Covas “em nada prejudica a sua história e o seu futuro”, pois “continua a ser uma referência no concelho”.
Pela quantidade de cartas de foral outorgadas há 500 anos no concelho, o autarca está em crer que “Tábua e as suas gentes foram reconhecidas pelo seu mérito e pelo seu trabalho”, pelo que “ o que estamos hoje a homenagear aqui são essas pessoas que ajudaram a fazer a história desta freguesia há 500 anos atrás”, referiu o presidente do Município, que há vários meses lançou um vasto programa de comemoração da atribuição dos forais manuelinos no concelho de Tábua que culmina a 13 de setembro, data em que será recreada a “chegada do rei” ao concelho para conceder as diversas cartas de foral aos representantes dos “lugares” que, em pleno século 16, tiveram o “privilégio” de obter estes contratos que à época estabeleciam as regras a seguir pelos habitantes entre si e em relação à entidade outorgante.
Em vez de juntar tudo num só evento, o Município de Tábua decidiu dar outra grandiosidade a estas comemorações, fazendo recreações da atribuição dos forais em todas as localidades onde foram outorgados, tendo ainda preparado um conjunto diversificado de iniciativas com vista a assinalar esta data histórica, destacando-se a realização também em setembro de uma feira quinhentista, em Tábua, no largo do Município.