Imaginem um mundo sem livros! Mais: um mundo em que os livros e o saber fossem proibidos! Como seria esse mundo?
Imaginem um mundo sem livros! Mais: um mundo em que os livros e o saber fossem proibidos! Como seria esse mundo?
Para mim, completamente distópico, contrário a tudo o que me dá prazer, a tudo que prezo e defendo. Sim, mas estará assim tão distante este cenário?
No passado dia 15, estive em Tábua, participando como jurada num Concurso Intermunicipal de Leitura. Intermunicipal, porque tinha participantes dos seguintes municípios: Arganil, Mortágua, Oliveira do Hospital, Carregal do Sal, Nelas, Santa Comba Dão e Tábua. Os participantes eram de 4 níveis de ensino, a saber: 1º CEB, 2º CEB, 3º CEB e Secundário, um por cada nível, 4 de cada município.
Foram estudados 4 livros, dos quais era lido em voz alta um excerto e, depois, era feito um comentário espontâneo e de improviso sobre cada um. Seguia-se um questionário tipo Quiz, a partir da plataforma Kahoot. Devo dizer que esta última prova, conduziu a algumas injustiças, das quais o júri não foi responsável. A tecnologia a adulterar o verdadeiro valor dos livros: a leitura e a interpretação. E o concurso era de leitura!…
Um dos livros propostos era de literatura distópica e ficção científica. Autor: Ray Bradbury. Chama-se Fahrenheit 451, o ponto desta escala em que se dá a ignição do papel. É que o protagonista é bombeiro, mas não apaga nada. Pelo contrário, queima todos os livros que se lhe deparam, porque é proibido ter tais objectos abjectos, como é proibido aprender, saber, pensar sequer.
Tudo isto é uma realidade completamente distópica, num futuro imaginado, em que a máquina domina a sociedade e os humanos são cada vez menos humanos.
Tendo sido lançado em 1953, é mesmo ficção científica.
Estando no século XXI, constato que se passam, agora, algumas situações só imaginadas na altura. E fala-se em inteligência artificial, livros e jornais digitais, robots, cyborgs… E num concurso de leitura, ganha quem melhor se desencilhou com a aplicação digital!…
Volto ao princípio. Imaginem um mundo sem livros! Será possível?
Deixo a pergunta e, enquanto os temos, usufruamos deles o mais e o melhor possível!
Vivam, vivendo os livros!
Lucinda Maria
(não escrevo segundo o AO90)