Decorreu nos dias 18 a 21 de maio, a 50ª edição do Rally de Portugal, mais uma vez na região norte do nosso País. O ACP – Automóvel Clube de Portugal montou uma prova que foi um enorme sucesso, onde o público e aficionados deste desporto a marcar presença em massa nos troços escolhidos para fazer parte deste rally.
Verdadeiras enchentes de público marcaram presença em Baltar, Lousada e em Fafe, e até mesmo no centro nevrálgico da prova (Exponor-Matosinhos), quer Portugueses quer Espanhóis, acompanharam a prova. O ACP não facilitou em questões de segurança, mas também teve sempre a colaboração dos adeptos, e não houve qualquer incidente a registar.
No plano desportivo, Sebastian Ogier ganhou a prova, depois de 6 outros pilotos terem passado pela liderança do Rally. O Rally de Portugal foi o mais equilibrado do Mundial de Ralis 2017 (até ao momento) com por exemplo, sete vencedores de classificativas nos primeiros quatro troços do rali (dois empates a dois e um a três), sendo que após as quatro classificativas havia uma diferença de apenas 4,8 seg. a separar os cinco primeiros classificados.
No final o Francês da M-SPORT, que gosta muito da nossa prova, conseguiu atingir a sua 40ª vitória no WRC, igualou o numero de vitórias (5) de Markku Allen no Rally de Portugal e reforçou a liderança do Mundial de Ralis.
A prova teve sete lideres diferentes, mas depois chegar á liderança, Ogier teve a destreza e calma para levar o Ford Fiesta WRC ao pódio instalado em Matosinhos.
Na segunda posição acabou o Belga da Hyundai, Thierry Neuvile, que fez um bom rally, concluindo a 15,6 seg. de Ogier, mas que não conseguiu eliminar a diferença que, inteligentemente o Francês sabe gerir como ninguém.
A fechar o pódio e uma excelente prestação da Hyundai, ficou Daniel Sordo. O Espanhol, que tantos aficionados traz ao nosso País, fez uma prova muito regular, concluindo a 1m01,7 seg. do líder.
Ott Tanak, também em Ford Fiesta WRC, chegou a liderar a prova, fazendo uma excelente prova, apenas manchada por um toque numa barreira, que lhe danificou a suspensão, na mais longa especial do Rally (37 Km), Amarante, onde passou de primeiro para quinto classificado. Acabou em 4º lugar, e ganhou a Power Stage (Fafe 2) amealhando pontos preciosos para o Mundial de Ralis.
O primeiro Citroen a surgir na classificação geral é o C3 WRC de Craig Breen, que mantendo um andamento muito regular, conseguiu salvar a Citroen de um resultado menos bom, depois de Kris Meeke ter furado na dura especial de Ponte de Lima e consequentemente danificado a suspensão, levando-o à desistência.
Esta especial foi madrasta para vários pilotos, como por ex. Latvalla, que capotou o Yaris WRC, levando atrás de si alguns quilómetros Thierry Neuvile. Também Hayden Paddon teve problemas elétricos no seu Hyundai.
A Toyota no seu regresso a Portugal não foi muito feliz no resultado final, mas acabou por ter excelentes indicações do seu Yaris WRC, com o patrão da equipa, o Finlandês Tommi Makinen, a mostrar-se feliz com o desempenho do carro nipónico. A equipa só tem pilotos finlandeses, teve como melhor representante Juho Hanninen que concluiu em sétimo da geral.
Jari-Mati Latvala, sempre muito saudado pelo público português, para além do capotanço teve problemas de saúde (febres altas) durante a prova, que limitou muito a sua prestação.
Miguel Campos, foi novamente o melhor português a concluir a prova, em 16º lugar. O piloto do Skoda Fabia R5 dominou sempre esta classificação, fazendo um rally muito regular. O piloto inscreveu-se também no WRC2 e nesta categoria terminou bem perto do pódio, mais precisamente no quarto posto.
Neste campeonato, foi uma luta entre os pilotos oficiais da Skoda, com Andreas MikKelsen a dominar a prova toda de principio até á entrada da ultima especial. Tinha mais de três minutos de vantagem sobre Pontus Tidemand, mas um capotanço na ultima especial (Fafe 2) levou-o à desistência e a consequente vitória para Tidemand. Os ralis são assim mesmo, por vezes uma pequena distração ou excesso de confiança deitam tudo a perder.
A edição deste ano do Vodafone Rally de Portugal voltou a fazer parte do Campeonato Nacional de Ralis, sendo que, a classificação era obtida após a PEC11 – Cabeceiras de Basto 1.
Pedro Meireles, Miguel Barbosa (ambos em Skoda Fabia R5) e José Pedro Fontes (Citroen Ds3 R5) foram os principais animadores da prova, com o campeão nacional José Pedro Fontes a ter a infelicidade de ter uma saída de estrada forte, que obrigou à evacuação dele próprio da co-piloto Inês Ponte para o hospital. Ambos já se encontram a recuperar das lesões (fraturas) sofridas, recuperação que esperamos seja rápida, para o regresso desta dupla ao nacional.
Assim, após um problema mecânico de Miguel Barbosa, a luta entre os dois Skoda´s acabou, vencendo Pedro Meireles, com 9m41,2s de vantagem para Joaquim Alves (Ford Fiesta R5). Ricardo Teodósio em Mitsubishi EVO 9 N4 acabou no último lugar do pódio.
Foi de facto uma prova desportiva de grande nível, sendo que a imagem do País sai claramente a ganhar com eventos deste género e desta dimensão, que nos deve orgulhar a todos. Esperemos que continue a fazer parte do WRC. Tem todas as condições para isso.