27 trabalhadoras suspendem contratos na antiga Branaldo

Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário do Centro está a acompanhar situação da empresa de confeções.

Ao todo 27 costureiras da fábrica de confeções Prontofit, antiga Branaldo, em Lagares da Beira avançaram este mês com a suspensão dos contratos de trabalho. Em causa está, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Industria Têxtil e de Vestuário do Centro, o atraso recorrente no pagamento dos salários e subsídios, levando os trabalhadores a abandonar o posto de trabalho por “cansaço”. “Temos que ver que são pessoas que estão com algumas dificuldades com prestações que têm para pagar e que faltando um mês ou dois de salários, não é fácil” considera o dirigente sindical, Luís Ferreira, julgando que os atrasos não são de agora e que as pessoas “a certa altura perderam a confiança na empresa”. De acordo com o Sindicato, além destas 27 costureiras, havia pelo menos outras tantas na iminência de também suspender o contrato de trabalho, não o tendo feito na esperança da situação se compor. “Eram mais de 50 mas decidiram dar uma última oportunidade à empresa”, garante o representante do Sindicato, que está a acompanhar com preocupação a situação desta empresa de confeções. “Esperamos que isto seja só mais uma gripe e que a empresa consiga ultrapassar as dificuldades, até porque há muito trabalho”, afirma Luís Ferreira, ficando a aguardar que a empresa cumpra o plano de pagamento do que está em atraso. O sindicato garante estar em causa parte do subsídio de natal de férias de 2010, o subsídio de férias deste ano e o mês de outubro, já que o setembro foi liquidado entretanto. Trata-se de um atraso que nos termos da lei não dá direito à rescisão de contrato, mas apenas à suspensão, pelo que se a empresa cumprir o plano que estabeleceu, as costureiras terão de regressar ao local de trabalho. “Não quer dizer que não haja casos que já não regressem”, diz o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário, tendo conhecimento de algum desgaste entre os colaboradores da empresa, tendo em conta nomeadamente o clima de incerteza que têm vindo a viver. “Muitas destas trabalhadoras têm os maridos na construção civil e que, hoje em dia, também está mal, e o salário da mulher é em muitos casos o único a entrar em casa e o mais pontual”, observa Luís Ferreira, justificando, de certa forma, algum desespero das pessoas, quando falha o salário ao fim do mês. Apesar do acentuar das dificuldades, o Sindicato quer acreditar que a empresa possa manter-se e fazer face aos compromissos salariais, pois é pelo menos esse “o compromisso da administração”. “Esperamos que assim seja, uma vez que o desemprego não interessa a ninguém”, conclui o dirigente sindical, dando conta até da fase “positiva” que as confeções estão a viver em Oliveira do Hospital. Uma situação que tem contribuído para a redução do desemprego feminino no concelho, em contra ciclo com o desemprego masculino, que não para de aumentar fruto dos despedimentos no setor da construção.

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