Alexandrino questiona Estradas de Portugal sobre obras de 3 milhões na Nacional 17

Autarca vai pedir audiência para tentar esclarecer onde foram aplicadas as verbas previstas para a requalificação da Estrada da Beira, no troço entre o Poço do Gato e Vendas de Galizes.

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital quer saber onde e quando foram aplicados os três milhões de euros que estavam destinados em 2014 à requalificação da Nacional 17 no troço entre o final do IC6 e Vendas de Galizes, traçado que, apesar dos sucessivos “remendos” continua a apresentar-se bastante degradado.

O autarca falava durante a última reunião do ano da assembleia municipal, onde foi confrontado com as críticas de alguns deputados municipais sobre o estado em que se encontram algumas vias rodoviárias do concelho, nomeadamente a nacional 230, entre Vila Pouca da Beira-Ponte das Três Entradas-Alvoco das Várzeas.

Nuno Vilafanha, do PSD, lembrou que este troço está “digno para se andar de jipe”, tal é o estado “vergonhoso” em que se encontra o piso, com buracos que nalguns casos são autênticas crateras. “É uma má imagem para uma zona que se pretende turística”, afirmou o eleito social democrata, que corroborou das críticas, já antes avançadas pelo presidente da Junta de Freguesia de Alvoco das Várzeas. Agostinho Marques voltou a chamar atenção para o mau estado desta estrada e do seu piso, numa altura em que esta via regista cada vez mais movimento quer de turistas, quer de automobilistas que a utilizam como alternativa de acesso à serra da Estrela. Aliás, já na última reunião da assembleia, o autarca tinha proposto a votação de uma moção, que foi votada por unanimidade, no sentido de reclamar junto das Estradas de Portugal uma intervenção nesta via, bem como na Estrada da Beira, no troço que atravessa o concelho de Oliveira do Hospital que, apesar do aumento de tráfego de pesados desde que introduziram as portagens na A25, não sofreu qualquer intervenção de fundo.

O presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, considerou as críticas “justas”, nomeadamente as do eleito do PSD em relação à EN230, lembrando que “havia mais de três milhões de euros para obras a lançar em 2014 na EN17 e não sei se houve alguma requalificação, porque nós não demos conta”. “Não sei se gastaram três milhões de euros a tapar aqueles buracos, tenho de saber se essa verba foi gasta porque nós não demos conta”, constatou o edil, dando ainda nota de um documento que o Governo acaba de lançar na área das acessibilidades, designado de “ Plano de Proximidade”, onde estão inscritos mais de 37,7 milhões de euros só para o distrito de Coimbra, e onde nem a EN 17, nem a Nacional 230, estão contempladas com qualquer verba. “De facto começa a ser difícil circular na 230 sem ser de jipe, e há pessoas que já utilizam mais a estrada de Santa Ovaia”, reconhece o autarca oliveirense, lamentando que o mesmo documento contemple uma estrada regional no concelho de Arganil com mais de sete milhões de euros.

O autarca prometeu por isso pedir uma audiência às Estradas de Portugal para esclarecer não só o caso da Nacional 17, como pretende também que uma verba inscrita para a requalificação da ligação Fiais da Beira/Ponte da Atalhada, no norte do concelho, que no seu entender ainda se encontra em “razoável estado de conservação”, seja desviada para a 230, dado o acréscimo de tráfego que se tem verificado nesta via, nos últimos tempos. “É um problema vergonhoso”, considerou o edil, julgando, todavia, que a beneficiação da EN17 e da EN 230 não deve impedir o executivo e todas as forças politicas oliveirenses de continuarem a reivindicar o IC6 e o IC7.

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