Autarcas da Beira Serra prometem manter-se unidos

3º Congresso promovido pela ADIBER termina com compromisso dos presidentes de Câmara de Oliveira, Tábua, Arganil e Gois.

O 3º Congresso da Beira Serra terminou em Arganil com o compromisso dos autarcas dos quatro concelhos que integram esta região de continuarem “juntos”, independentemente da futura reorganização da NUT3, da qual fazem parte 14 concelhos do Pinhal Interior Norte. Um compromisso que vem ao encontro daquilo que é a pretensão da ADIBER enquanto agente de promoção de desenvolvimento dos quatro concelhos da Beira Serra que, como ficou evidenciado neste congresso, quer continuar a ver este território “a trabalhar de mãos dadas”.
“Deste congresso sai reforçada a união, a coesão, e o relacionamento cúmplice entre os Municípios de Oliveira do Hospital, Tábua, Arganil e Gois”, afirmou, sem hesitar, o presidente da ADIBER, Miguel Ventura, no fecho do 3º congresso da Beira Serra. Miguel Ventura entende que “há dinâmicas locais que entretanto se foram gerando e aquilo que era verdade há 20 anos atrás, hoje não corresponde à realidade”, pois observa “de facto nós estamos inseridos na NUT do Pinhal Interior Norte, mas ao olharmos para o mapa da CIMPIN o concelho mais a norte dista mais de 100 km do concelho mais a sul”.
“É certo que é preciso ganhar escala, como foi focado neste congresso, mas há um fator importante que é a identificação destes territórios e o que se passa hoje é que temos aqui concelhos com realidades completamente distintas”, considera o presidente da Associação de Desenvolvimento da Beira Serra, não tendo dúvidas que “temos concelhos vizinhos que têm muito mais a ver connosco, como Seia e Gouveia ou até Carregal do Sal, que além da proximidade geográfica, são concelhos com os quais nos identificamos melhor”.
“Esta região que afirmou hoje querer manter-se unida e coesa, seja qual for o resultado dessa reforma, então deve tentar atrair e captar outros concelhos com os quais tem essa identificação”, reiterou Miguel Ventura à margem das conclusões do Congresso, onde tinha deixado explicita esta vontade da Beira Serra de se juntar com concelhos “a norte” e assim “ganhar uma nova centralidade” no contexto nacional. “Para nós não faz qualquer sentido o alargamento a sul desta NUT”, assume o dirigente da ADIBER, satisfeito por perceber que esse é o sentir dos autarcas dos quatros concelhos que compõem esta sub região da Beira Serra. “O compromisso aqui deixado pelos presidentes de Câmara é fundamental”, garante, fazendo um balanço positivo do congresso de Arganil.
“Se entrámos, sexta de manhã, unidos e dispostos a trabalhar em conjunto, acho que no final deste congresso essa perspetiva de cooperação saiu extremamente reforçada” afirma Miguel Ventura, para quem se há conclusão a retirar destes dois dias de trabalhos é que “a região está disposta a falar a uma só voz”.
Outro desafio comum a estes quatro concelhos é a demografia, uma vez que a região se debate, nas últimas décadas, com o grave problema da desertificação e “envelhecimento” da população. Ora, para o presidente da ADIBER este é mesmo “o principal desígnio da Beira Serra”, que tem de “ser capaz de demonstrar e vender a própria região aos mais jovens”, esbatendo a ideia que muitos deles têm de que “estes territórios rurais não têm oportunidades”. Como alguém dizia no encerramento deste Congresso, “não há depressão na Beira Serra quando as pessoas se juntam”.

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