Câmara paga estadia a médicos que queiram vir trabalhar para Oliveira do Hospital

Serviço de Urgências do Centro de Saúde tem estado desde o início do verão à beira da rotura devido à falta de clínicos.

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, garante estar disponível a oferecer casa aos médicos que queiram vir trabalhar para o Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, de forma a assegurar cuidados de saúde “dignos” à população.

Isto porque no último mês e meio têm vindo a público vários relatos que dão conta do “caos” em que se encontra mergulhado o Serviço de Atendimento Permanente (SAP), onde a escassez de médicos a juntar a um aumento do afluxo de utentes leva a que alguns dos profissionais sejam forçados a fazer várias horas de urgências ininterruptas para assegurar o atendimento aos doentes.
A situação que já era, no resto do ano, “frágil”, tem-se agravado nos últimos meses, devido ao período de férias dos clínicos, mas também à saída de dois médicos desta unidade de saúde sem que tivessem sido, até ao momento, substituídos. “Estou muito preocupado com a situação do SAP, e aquilo que me preocupa mais é a falta de médicos para assegurar os serviços mínimos”, afirma o edil, que dá conta da “grande violência” a que têm estado sujeitos os médicos oliveirenses, em termos horário de trabalho, para tentar que o SAP se mantenha aberto 24 sobre 24 horas. “Há um conjunto de médicos de Oliveira que tem feito um número de horas muito elevado para que o serviço de urgências não ficasse a descoberto, eles têm sido o grande suporte deste serviço”, considera o presidente da Câmara que não tem dúvidas que “o SAP só ainda se mantém aberto 24 horas devido ao profissionalismo dos médicos oliveirenses”. Alexandrino lamenta que esta situação implique inclusivamente a falta de assistência médica nalgumas extensões de saúde do concelho, pois “como há que fazer opções”, nesta fase critica, a prioridade tem sido dada ao serviço de urgências.
Preocupado com a situação de “grande fragilidade” vivida no concelho em termos de cuidados de saúde primários, o presidente da Câmara garante estar em contacto com a Administração Regional de Saúde do Centro que, entretanto, já fez saber que tem a decorrer um concurso para a colocação de dois médicos na unidade de saúde oliveirense. “O Município tem tentado criar as condições para a vinda de médicos e está disponível para alugar apartamentos e residências e suportar os seus custos para que a nossa população tenha direito à saúde e a uma saúde digna”, garante o edil, que aproveita para reconhecer o esforço dos clínicos oliveirenses que, “ao fazerem 20 e mais horas seguidas”, têm evitado que o serviço de urgências encerre por falta de profissionais médicos. “Temos que encontrar aqui alternativas porque temos noção que com o número de médicos que temos ao serviço não vamos conseguir aguentar o SAP aberto 24 horas”, entende o autarca, que espera ver implementado no concelho um projeto piloto proposto ao nível da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, na área da saúde. (leia mais na edição impressa)

 

 

 

 

ARS Centro esclarece situação “caótica” do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital 

 

 

Em comunicado enviado à Rádio Boa Nova a propósito de um dossier especial sobre saúde que aquela estação levou para o ar no início de agosto, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) esclarece que tem previsto “um reforço da equipa médica” no próximo mês de outubro, com a colocação de mais dois clínicos, uma vez que o Centro de Saúde de Oliveira do Hospital tem apenas nove médicos de medicina geral e familiar para uma população de mais de 21 mil utentes, sendo que mais de 3 mil e duzentos não têm sequer médico de família atribuído.
Já no que diz respeito à rotura de stocks de material médico, a ARSC garante “não ser do seu conhecimento, nem do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Pinhal Interior Norte (PIN,) a falta de material no Serviço de Atendimento Permanente (SAP)” cabendo, no seu entender, aos responsáveis do Centro de Saúde “o controlo do material existente e das necessidades, a fim de serem atempadamente satisfeitas”. (leia mais na edição impressa)

Exit mobile version