Confraria do Medronho quer avançar com a certificação do fruto

Mordomo Mor, José Vasco Campos, garante que este produto é cada vez mais procurado.

É um fruto cada vez mais apetecido, pelo que, a Confraria do Medronho, quer avançar com a sua certificação, para que seja reconhecido nacional e até internacionalmente enquanto produto genuíno região da Beira Serra. A novidade foi deixada durante a cerimónia do sexto capítulo da Confraria do Medronho, realizada sábado passado em Oliveira do Hospital, pelo mordomo mor, José Vasco de Campos que, aproveitou a presença de diversas confrarias convidadas, para lembrar as potencialidades de um fruto, até há bem pouco tempo, “sob aproveitado”.

“Em 2008 quando criámos a Confraria trouxemos para a praça pública o medronho e o medronheiro, agora é preciso fazer mais e acreditamos que é possível fazer muito mais pelo medronho”, afirmou Vasco Campos, para quem este fruto “está a ser cada vez mais valorizado” e utilizado para os mais diversos fins. “A confraria foi criada com o objetivo claro de divulgar uma planta e um fruto que desde tempos imemoriais foram aproveitados para a confeção de aguardente e hoje verificamos que o medronho está a ser cada vez mais procurado não apenas no alambique, mas também na confeção de doces e compotas, em arranjos florais, há já uma dinâmica em torno do medronho”, realçou o mordomo mor que, enquanto dirigente e técnico florestal, relevou igualmente a importância da preservação desta espécie autóctone. “Há várias razões para o seu aproveitamento e uma delas é ser uma planta da nossa região, que tem um papel importante no equilíbrio dos ecossistemas e na preservação da biodiversidade das nossas florestas”, referiu, atendendo ainda ao papel que o medronho pode ter enquanto “complemento de rendimento” para a pequena economia local, na medida em que pode estimular a criação de micro negócios nesta região.

“Era um fruto que não era aproveitado, que até se estragava no chão, e agora já se vê muita gente a apanhá-lo para vender”, constatou Vasco Campos, acreditando que, ao defender o medronho e o medronheiro, a Confraria que dirige está também a promover o desenvolvimento local e a fixação de pessoas no meio rural. Motivo pelo qual, este ano, a Confraria do Medronho tenha escolhido para confrade de honra a entronizar uma conhecida figura da Beira Serra “especialista” em questões de desenvolvimento local, como é o presidente da ADIBER, Miguel Ventura, que, na habitual oração de sapiência que tem lugar nestas cerimónias, se mostrou disponível para estudar em conjunto “uma estratégia de valorização económica e ambiental deste produto”.

O vice presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, considerou, por seu lado, particularmente “feliz” o facto da Confraria do Medronho ter realizado o seu capitulo precisamente no dia da floresta autóctone, data, de resto, assinalada pela autarquia com mais uma ação de reflorestação no concelho. Além de Miguel Ventura, a Confraria do Medronho entronizou três novos confrades: o empresário e deputado municipal Luís Lagos, o médico dentista Nuno Alves e ainda um conhecido comercial do ramo automóvel, José Carlos Nogueira, que juraram “defender o medronho no alambique e na cozinha”.

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