Município de Oliveira do Hospital vai deixar de pagar renda das instalações da BLC3 e volta a pedir “resultados” aquele centro tecnológico

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital voltou, ontem, a pedir “resultados” à BLC3 – a associação de desenvolvimento que gere a incubadora de empresas oliveirense, e avançou mesmo que irá deixar de pagar as rendas do imóvel onde esta se encontra instalada, na zona industrial da cidade, já no final deste mês.

Questionado pelo vereador do PSD, João Brito, sobre esta mesma matéria, José Carlos Alexandrino adiantou já ter informado o proprietário das atuais instalações onde se encontra a BLC3 relativamente ao terminus do contrato de arrendamento no final do ano, aguardando a mudança da incubadora de empresas para o novo centro tecnológico de Lagares da Beira, no antigo espaço da Acibeira, que nos últimos meses sofreu obras de remodelação precisamente com o objetivo de albergar a BLC3 e as empresas que se encontram ali “incubadas”.

Além da mudança de instalações para breve, o edil voltou a referir-se à alegada falta de resultados da BLC, fazendo ver que esta organização já tem tempo suficiente para começar a gerar receitas próprias, justificando assim o investimento que a autarquia tem vindo a fazer desde sua criação, em 2010. “Tem de haver retorno para a região, depois de lhe darmos as bases, a BLC3 tem de começar a gerar as suas próprias receitas e justificar ao concelho o investimento que lá foi feito”, assegurou Alexandrino, que admitiu também, ontem, durante a reunião pública do executivo camarário, abandonar a participação que detém naquela estrutura, fazendo ver que a divida da BLC poderá estar a influenciar a performance financeira da Câmara Municipal.

“É um caso que analisaremos proximamente”, afirmou, lembrando que apesar do Município fazer parte da estrutura diretiva daquela entidade, “não influencia a sua gestão” nem “quer influenciar”, pelo que, garante desconhecer a esmagadora maioria das pessoas que lá trabalham, à exceção do investigador e presidente do Conselho de Administração, João Nunes, e de dois dos co fundadores: António Campos e Helena Freitas. “Não conheço lá mais ninguém. A Câmara não tem lá um funcionário”, esclareceu, em resposta ao único vereador da oposição, que antes tinha criticado o facto da BLC3 estar cheia de gente ligada ao PS, escudando-se apenas a citar nomes por uma questão de “elegância”. O edil não tardou em responder e aconselhou o vereador social democrata a não “ir por aí” uma vez que também “se fala de gente do PSD” colocada naquela estrutura.

Apesar de nunca se ter referido na sua intervenção aos “resultados” alcançados recentemente pela incubadora de empresas oliveirense, que foi considerada uma das melhores do mundo com ligações ao meio universitário, José Carlos Alexandrino congratulou-se com o projeto do novo centro tecnológico de Lagares da Beira, pois, embora o espaço tivesse sido adquirido pela Câmara Municipal ao Crédito Agrícola por 150 mil euros, foi a BLC3 que, candidatando-se a fundos comunitários, ajudou a resolver aquele que era um dos maiores “monstros” do concelho, abandonado desde o início dos anos 90.

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