Verdes atribuíram “girassol triste” a várias situações que põem em causa ambiente

Oliveira do Hospital foi ponto de partida para jornadas ecológicas dos “Verdes” no distrito de Coimbra.

Foi com a planta símbolo do partido que o grupo ecologista “Os verdes” decidiu iniciar, ontem, em Oliveira do Hospital, umas jornadas dedicadas a apontar alguns exemplos de boas práticas ambientais e não só, também na área social, das acessibilidades e do desenvolvimento económico, assinalando ao mesmo tempo os aspetos negativos e que, de certa forma, comprometem a qualidade de vida das populações.

Com o objetivo de assinalar umas e outras questões, os Verdes visitaram alguns locais do concelho, atribuindo a cada um deles um “girassol triste” ou um “girassol alegre”, consoante se tratasse de questões negativas ou positivas para as populações. A jornada de trabalho dos ecologistas teve inicio pela manhã, junto à empresa de aglomerados de madeira da Sonae, na Catraia de S. Paio, onde o deputado José Luís Ferreira garante ter deixado um “girassol triste”, tendo em conta aquilo são as queixas da população relativamente à alegada poluição “produzida” por esta unidade. “Vamos daqui com o trabalho de casa, e temos um conjunto de perguntas a fazer ao Ministério do Ambiente, sobretudo depois das preocupações que nos foram expressas pelas populações de S. Paio, quanto ao ruído desta indústria e ao pó que se vê no ar com relativa facilidade, em que as pessoas nos dizem que não podem sequer secar a roupa na rua”, relata o deputado dos “Verdes”, que atribuiu igualmente um “girassol triste” à ETAR da cidade oliveirense, que fizeram questão de visitar e onde perceberam que “aquilo não estava a funcionar em condições”. “A água que sai dali para a ribeira tem um cheiro nauseabundo, tem uma cor leitosa, claramente de uma água que não é convenientemente tratada, o que prejudica claramente aquela linha de água”, observou o deputado ecologista, prometendo questionar o Ministério do Ambiente sobre este problema que, confessou, foi aquele que mais o preocupou no decorrer desta visita de trabalho ao concelho oliveirense.

Apesar de não ter resolvido parte significativa do problema de saneamento na freguesia de Meruge, os “Verdes” atribuíram todavia um “girassol alegre” à ETAR da localidade, projeto cuja concretização contou também com o empenhamento do grupo parlamentar, e que ajudou a melhorar a qualidade de vida das populações. O deputado lamentou, contudo, que uma ETAR, que custou cerca de um milhão de euros, tenha apenas resolvido o problema dos esgotos de 1/3 da população de Meruge, o que “significa que há duas fossas que continuam a drenar diretamente para a ribeira, quando as suas ligações à ETAR custam 150 mil euros”, afirmou aquele deputado numa deslocação à freguesia, onde deram conta de outra situação negativa, atribuindo por isso mesmo, o “girassol triste” à questão da doença do nemátodo do pinheiro que, segundo José Luís Ferreira, está a prejudicar a mancha florestal desta área.

“Vamos questionar o Ministério do Ambiente e da Agricultura sobre as medidas que têm sido tomadas nesta matéria” adiantou o parlamentar, na expectativa destas jornadas poderem contribuir para resolver todos estes problemas, ou pelo menos, alertarem o Governo, para as questões como a qualidade do ar que sai das chaminés da indústria da Sonae, ou a qualidade das águas que sai da ETAR da cidade de Oliveira.

Esta semana, os ecologistas “Os Verdes” prosseguem com estas jornadas, no concelho de Coimbra, com visitas ao canil municipal e ao paul de Arzila, que prometem galardoar positivamente, reservando para fevereiro a atribuição de mais “girassóis tristes” a algumas iniciativas relacionadas com a orla costeira e ainda à questão do ramal da Lousã, onde o “comboio foi roubado às populações”.

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