ADIBER quer reforçar papel de motor de desenvolvimento da região

Conselho de parceiros da Beira Serra reúne em Tábua para fazer balanço do último quadro comunitário e preparar já implementação da estratégia de desenvolvimento para os próximos seis anos.

Depois da “excelente execução” do sub programa 3 do Proder, com mais de 130 projetos de investimento aprovados num total de mais seis milhões de euros de financiamento, a ADIBER, Associação de Desenvolvimento da Beira Serra está a preparar-se para voltar a assumir o papel de motor de desenvolvimento dos quatro concelhos que a integram no novo quadro comunitário 2014-2020.

Autarcas e diversos parceiros da estratégia de desenvolvimento local de Oliveira do Hospital, Arganil, Tábua e Góis participaram numa reunião, no Centro Cultural de Tábua, com o objetivo de perceber o que os espera para os próximos seis anos, sobretudo depois de um período de forte execução de projetos no território da Beira Serra, ainda que “nesta altura as informações sobre o novo quadro de apoio ainda sejam escassas”, como referiu Miguel Ventura, presidente da ADIBER.

Num encontro que começou com o balanço dos projetos aprovados e postos de trabalho criados na Beira Serra desde a abertura dos primeiros programas, em 2009, aquele responsável aproveitou para lembrar o “volume significativo” de investimento realizado pelos diversos promotores públicos e privados deste território – o que representa um investimento total na ordem dos 12 milhões de euros – nomeadamente na área social e no setor do turismo, onde a ADIBER registou o maior volume de apoio. Em termos globais, a intervenção desta associação de desenvolvimento local, com sede no concelho de Góis, redundou na criação de mais de 200 postos de trabalho e, tão importante como a criação, foi ainda a preservação de 121 empregos, que são o reflexo, nada mais, nada menos, da génese de 27 novas empresas e da modernização de quase quatro dezenas de projetos empresariais.

Um trabalho sublinhado pelo anfitrião do encontro, o presidente da Câmara de Tábua, que destacou o empenho do presidente da ADIBER na execução do sub programa 3 do Proder, ajudando a criar “condições de bem estar à nossa região”. “Não há dúvidas que foi um ótimo contributo para o bom desempenho económico e social destes quatro concelhos” referiu, fazendo votos para que a associação possa continuar a contribuir de forma ativa para o desenvolvimento deste território, e que a região “saia prestigiada com os novos apoios”.

Tendo apontado algumas reservas sobre a falta de articulação entre os grupos de ação local e as comunidades intermunicipais, no último quadro comunitário de apoio, o presidente da Câmara de Arganil, Ricardo Pereira Alves, desafiou, por seu lado, os parceiros para um debate sobre o eventual alargamento da região a outros parceiros, entendendo o autarca ser importante os ganhos de “escala” e a criação de “massa crítica” na região da Beira Serra. “Não deveriam deixar de fora essa articulação e a cooperação com as GAL’s vizinhas”, afirmou o edil arganilense, claramente em contra corrente com aquilo que os restantes municípios defendem em termos de estratégia de desenvolvimento para esta sub região.

José Carlos Alexandrino, presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, não tem dúvidas que o território tal como está “está bem construído e equilibrado”, existindo uma “grande proximidade” e “confiança mútua” entre os diferentes parceiros e atores, o que ficou espelhado, na sua opinião, na distribuição equilibrada das verbas pelos quatro municípios. “Se não tem havido a ADIBER a região existia mas não era a mesma coisa” considerou o edil, sublinhando o forte contributo dos projetos apoiados no quadro comunitário que agora termina para a economia social desta região. “A questão que se coloca agora é como maximizar as candidaturas percebendo que vai haver menos verbas para distribuir”, afirmou o edil, julgando que “estes territórios não podem perder mais esta oportunidade para se desenvolver”. “É fundamental perceber que não podemos desperdiçar esta oportunidade de aplicar bem as verbas para o desenvolvimento económico deste território”, sustentou, discordando da visão “errada” de que “o país tem as infra estruturas todas criadas”.

Um desafio que é subscrito pelos vários atores da Beira Serra que reuniram para começar a preparar o próximo quadro comunitário, ainda sem data prevista para o arranque dos primeiros programas de apoio, cuja aprovação vai, de resto, deixar de ser decidida a nível local, o que não deixa de ser um fator de preocupação  para o  presidente da ADIBER que considera esta decisão um “retrocesso” em relação ao trabalho que vinha sendo feito em anteriores programas.

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