Administração da Textursymbol cede perante resistência das trabalhadoras

Protesto à porta da empresa terminou ao fim de três semanas.

Foi uma verdadeira prova de resistência aquela a que se sujeitaram nas últimas semanas as 30 trabalhadoras da empresa de confeções Textursymbol, na Catraia de S. Paio. Três semanas depois de darem inicio a uma vigília à porta da empresa para impedir a saída de património, as costureiras deram por terminado o protesto que as manteve dia e noite coladas aos portões da fábrica, depois da entidade patronal ter finalmente entregue uma relação dos bens pertencentes à empresa e que deverão servir de garantia para o pagamento dos salários e subsídios em atraso. Um documento “suado” que só foi possível graças à intervenção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil do Centro e do presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, que chamou a si o processo, mantendo-se ao lado das trabalhadoras procurando também assegurar os seus direitos.
Além das trabalhadoras, também a dirigente do sindicato, Fátima Carvalho, respirava de alívio com esta vitória, apesar de deixar o aviso “se a administração não cumprir e retirar algum bem da empresa vamos levar a luta até às ultimas consequências”. “Este é um sinal de confiança que as trabalhadoras deram à gerência, agora é esperar que cada um honre com a sua palavra”, afirmou a sindicalista, não deixando de lamentar a “falta de sensibilidade” da entidade patronal que sendo uma mulher “devia ter outro tipo de postura porque sabe que estas mulheres têm vidas complicadas”. “Isto já devia estar resolvido há muito tempo, não sabemos o porquê de tanto arrastamento por uma coisa tão simples que era uma listagem com o património da fábrica”, diz a dirigente sindical, informando que as trabalhadoras pediram entretanto a insolvência da empresa. Agora resta aguardar que “a luta fique por aqui”, adianta Fátima Carvalho, julgando que para luta árdua já chegou durante três semanas.

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