Alexandrino acusou PSD de querer regresso da “ditadura” ao concelho

Autarca culpa a anterior gestão social democrata de ser responsável pelo atraso em que Oliveira do Hospital se encontrava, quando entrou para a Câmara em 2009.

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital acusou, na última reunião da Assembleia Municipal, o PSD de querer o regresso da “ditadura” ao concelho, referindo-se de forma evidente ao período de governação social democrata, e ao seu líder Mário Alves.

Apesar de nunca referir diretamente o nome do antigo presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino deixou implícito que este está agora por detrás da candidatura do PSD, protagonizada por um seu ex apoiante, formando uma “força” que pretende reabilitar um estilo de governação que, segundo o edil, empurrou o concelho para algumas décadas de atraso. “É esse o ambiente que o PSD de Oliveira do Hospital tenta a todo o custo reabilitar com um mentor que é um homem do passado. Como se houvesse um pacto para que o concelho volte aos tempos dessa ditadura”, fez notar o autarca, lamentando que alguns deputados eleitos pelo PSD que foram contra esse poder, se voltem a juntar hoje com o objetivo de ver o seu regresso, “como se fosse possível apagar a ditadura que houve sobre os presidentes de juntas de Freguesia”.

Orgulhoso com o “prestígio” conquistado “fora de portas”, nos últimos oito anos, por Oliveira do Hospital, o autarca não deixou de criticar “a inércia e preguiça aguda” de alguns que, durante esse tempo, “nada fizeram” pelo desenvolvimento do concelho, apesar de terem tido à sua disposição mais dinheiro para realizar obra. “O poder de um homem só que achava que o concelho era dele fez com que ficássemos irremediavelmente para trás em muitas áreas”, constatou Alexandrino, que apontou o caso concreto das acessibilidades rodoviárias, culpando o PSD de “falta de força e poder de negociação” com os governos de então.

“Nas vias de comunicação ainda hoje pagamos devido à conflitualidade do poder absoluto que tivemos aqui, que não soube fazer com que o concelho tivesse força negocial e fosse ouvido em Lisboa”, considerou, certo de que o concelho não vai querer “voltar a esse tempo”. “Agora é tempo do progresso imparável, da transparência e do diálogo”, acredita o autarca, para quem Oliveira do Hospital é hoje “um concelho de modernidade, com qualidade de vida e onde as pessoas gostam de viver”. “São realmente grandes diferenças”, fez notar Alexandrino, responsabilizando o antigo presidente da Câmara pelo atraso em que encontrou o concelho, em 2009, e que ainda hoje tem reflexos nalgumas áreas da gestão municipal.

Uma intervenção marcadamente política que não agradou ao líder da bancada do PSD, Rafael Costa, que aconselhou Alexandrino a preocupar-se menos com o passado e a pensar mais no presente e no futuro do concelho. “Devia deixar essa narrativa e começar a debater ideias e projetos com o seu adversário político do PSD” advertiu o eleito social democrata, lembrando que “esse passado já foi julgado nas urnas, já lá vão oito anos”.

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