Alexandrino promete não dar “tréguas” ao Governo enquanto o concelho não tiver novas acessibilidades

No habitual discurso da sessão solene comemorativa do 25 de Abril, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital voltou a deixar no ar a possibilidade de avançar com novas ações de luta para reivindicar aquilo a que o concelho tem direito.

“Tal como o fiz num passado recente, escusado será dizer que jamais darei tréguas a este Governo enquanto permitir que Portugal tenha um concelho do interior do país e toda uma região em que a principal via de comunicação rodoviária é uma estrada cheia de buracos que remonta ao tempo da Monarquia”, as palavras são do presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino e foram proferidas na habitual sessão solene comemorativa do 25 de Abril, nos Paços do Município.

O autarca, que preferiu não falar do passado, nem das políticas de “austeridade cega impostas pelo anterior Governo do PSD ao seu concelho”, não se escusou a deixar alguns avisos ao novo elenco governativo do PS – partido pelo qual foi eleito, como fez questão de recordar – prometendo “lutar com a mesma convicção de sempre e até ao limite das suas forças contra toda e qualquer política que ponha em causa os superiores interesses do concelho de Oliveira do Hospital”.

“Não vou deixar de continuar a exigir a solidariedade nacional que sempre exigi para com estes territórios de baixa densidade”, deixou claro, adiantando ter já a garantia do Secretário de Estado das Infraestruturas, de que as obras de beneficiação da EN 17 vão arrancar dentro de poucos meses. “Mas o Governo também já sabe que não abdicaremos da conclusão do IC 6 que, como todos sabemos, ficou parado no meio de um pinhal, encravando as expectativas de desenvolvimento deste território” referiu, prometendo não baixar os braços perante esta e outras reivindicações do concelho “independentemente do partido que governa o País”.

Alexandrino não esqueceu, nomeadamente, o dossiê da saúde, dizendo-se um autarca “sempre inconformado enquanto houver um cidadão sem médico de família”. Apesar deste ser um setor com graves problemas, devido à falta de médicos no concelho, o presidente da Câmara também disse não ter dúvidas que “se não fosse a fortíssima e pronta intervenção política do Executivo camarário teríamos hoje o SAP do Centro de Saúde totalmente em colapso e muitas extensões de saúde das freguesias do concelho de porta fechada”.

Com um cenário muito mais dramático há uns meses atrás, Alexandrino considera, ainda assim, “intolerável que existam ainda mais de 6 mil cidadãos, como idosos, doentes crónicos e grávidas, com dificuldades de acesso a uma simples receita médica”. “Já advertimos o Governo que não iremos tolerar esta situação e, nesta área, estou confiante que dentro em breve teremos uma realidade bem diferente”, adiantou o edil, afirmou preferindo acreditar no trabalho do governo socialista também nesta área. À espera que o atual Governo “faça o que lhe compete”, até porque, “também já estamos todos cansados de esperar anos a fio pela resolução de alguns problemas que condicionam o desenvolvimento de Oliveira do Hospital e desta região do País”, Alexandrino falou ainda da justiça, e da desclassificação do Tribunal da Comarca de Oliveira do Hospital, mostrando-se expectante quanto “à intervenção da Srª Ministra da Justiça”, porque “não consentiremos que os Oliveirenses continuem obrigados a deslocações constantes ao Tribunal de Coimbra e a outros mais distantes, num sistema de justiça que se tornou mais lento, mais distante e muito mais caro para os cidadãos, sobretudo os mais desprotegidos”.

Num dia em que se celebrou mais um aniversário da Revolução de abril no concelho oliveirense, o presidente da Câmara aproveitou para destacar algumas reformas ao nível da gestão autárquica, realçando sobretudo o relacionamento com as Freguesias, que acabou “há vários anos com essa prática do Presidente de Junta – perdoem-me a expressão – que vinha à Câmara Municipal como uma espécie de mendigo tentar resolver os problemas das suas Freguesias”.

Alexandrino destacou ainda a boa performance financeira do Município, que em 2015, encerrou as suas contas com um saldo de gerência positivo no valor de 1,3 milhões de euros e a preparação do novo quadro comunitário, tendo em vista o lançamento de um vasto conjunto de obras na cidade que beneficiará nos próximos anos de um investimento global na ordem dos 7 milhões de euros. “Estamos portanto a trabalhar em várias frentes e, nos próximos anos, Oliveira do Hospital, que é cada vez mais uma cidade de referência em toda a Região Centro, terá uma fisionomia urbana completamente diferente” afirmou o edil, para quem Oliveira do Hospital se tem destacado também por “outros projetos de grande alcance social”, como as políticas de apoio a famílias em situação de carência, o programa municipal de incentivo à natalidade, ou o inovador Programa Casa Digna.

“Este ano, fruto de uma medida aprovada pela Câmara Municipal para aliviar a carga fiscal das pessoas, haverá 1.674 famílias de Oliveira do Hospital, com filhos dependentes, a pagar menos IMI (imposto municipal sobre imóveis), variando a redução da taxa entre os 5 e os 15 por cento”, sublinhou Alexandrino, lembrando que em matéria de política fiscal, Oliveira do Hospital é também “um dos poucos concelhos da região que tem poupado os seus empresários, que geram riqueza e criam emprego, ao pagamento da derrama”.

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