Autoridades investigam morte de pastor encontrado num poço em Vila Pouca da Beira

Corpo estava desaparecido desde terça-feira e foi encontrado só ontem de manhã pelos Bombeiros de Oliveira do Hospital.

Um pastor de Vila Pouca da Beira foi ontem resgatado sem vida do fundo de um poço da quinta de Sta. Apolónia, freguesia de Avô, onde era habitual andar diariamente com as ovelhas.

Carlos Catarino tinha 40 anos de idade e encontrava-se desaparecido desde a passada terça-feira, sem que nada o fizesse prever, estando ainda por explicar as circunstâncias em que ocorreu a sua morte, sabendo-se, para já, que foi encontrado no fundo do poço com um balde amarrado a um dos braços.

Criado como “irmão” com a vítima, Carlos Jorge era ontem um homem chocado com os acontecimentos, lembrando que Catarino ainda um dia antes, ou seja, na passada terça-feira, andava “todo contente” para ver o jogo da seleção. “Até disse que ia pôr as cancelas para pôr lá as ovelhas, para poder ir ver o jogo”, lembra aquele amigo “praticamente família”, que não sabe o que se terá passado a partir da hora de almoço do passado dia 5. “Era normal a minha irmã chamar-nos para almoçar e ele naquele dia não apareceu, quando eram duas e meia fui à procura dele e até fui ver ao poço, mas não vi nada”, relata o agricultor, lembrando que deu o alerta à GNR já por volta das cinco da tarde, uma vez que não era normal Catarino não aparecer, nem dizer nada, durante tanto tempo.

“Ele andava sempre aqui nesta zona com as ovelhas, era de casa para a quinta e da quinta para casa”, afirma o popular, garantindo que o pastor era um rapaz com “bom feitio” e sobre quem “ninguém tinha nada a dizer”. “Era simpático com toda a gente” e não lhe eram conhecidos “conflitos com ninguém”, assegura Carlos Jorge, não afastando a hipótese, ontem ventilada na povoação, de que o pastor poderia ter sido vítima de um suposto “ajuste de contas”. “A gente não sabe, o caso ainda está na justiça, vamos ver o que diz a autópsia e depois aí seguir alguma pista”, adianta o amigo, duvidando que este “tivesse caído por ele ao poço”, uma vez que o pastor, ultimamente sempre que precisava de água para as ovelhas “ia tirá-la a um chafurdo ali próximo”. “Se não houvesse água noutro lado ela teria que ir ao poço tirá-la, mas como este ano choveu muito, tinha ali água nesta poça, só por um grande desastre é que ele teria ido ao poço”, garante Carlos Jorge, lembrando que “nada justifica” esta tragédia. “Em princípio nada fazia prever isto, ele andava satisfeito, aparentemente, pelo menos, parecia satisfeito com a vida, e queria muito ver a seleção”, afirma a família de acolhimento do pastor, ainda não refeita do choque. “Isto está a ser muito difícil, então se for crime…”, balbucia, com as lágrimas nos olhos, à espera de conhecer a verdade sobre a “estranha” morte do “irmão”. A Polícia Judiciária esteve no terreno e está agora a investigar este caso.

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