“Enganava” os utentes cobrando valores muito acima dos praticados pela Conservatória

Funcionária da Conservatória de Oliveira despedida por abuso de funções, terá lesado largas dezenas de pessoas no concelho.

Uma funcionária da Conservatória de Oliveira do Hospital terá lesado largas dezenas de pessoas no concelho, ao longo dos últimos dois anos, cobrando valores de registos e outros atos praticados nesta repartição pública, muito acima dos praticados por este serviço.

A funcionária em causa era uma das mais antigas deste serviço, sendo até junho de 2014 uma das substitutas da conservadora, e foi despedida no final do mês passado depois de um inquérito aberto em meados deste ano pelo Instituto de Registos e Notariado por alegado recebimento indevido de uma quantia não apurada em dinheiro por parte dos utentes desta Conservatória a quem tratava de assuntos relacionados com registos.

Fonte próxima do processo adiantou, na altura, ao nosso jornal que a denúncia terá partido, nalguns casos, dos próprios utentes, que “comentavam” o facto desta solicitar o pagamento “à cabeça” dos processos e de cobrar quantias avultadas em dinheiro pelos serviços prestados no âmbito das suas funções, tudo isto “documentado” com supostos recibos que entregava muitas vezes fora da Conservatória ou nas suas horas de atendimento. A mesma fonte adiantou que terá sido uma prática continuada, mas isolada, não envolvendo mais nenhum funcionário deste serviço.

As suspeições que recaíam sobre esta funcionária levaram o IRN a enviar um inspetor durante dois meses para Oliveira do Hospital que, terá passado a pente fino todos os processos em que a funcionária eventualmente terá estado envolvida, tendo encontrado matéria que comprometia o normal exercício das suas funções.

A funcionária, residente no concelho, ter-se-á apropriado de quantias em dinheiro dos utentes superiores ao custo real dos emolumentos devidos pela prestação de serviços por esta Conservatória, entidade sobre a qual não recai, contudo, qualquer suspeita, tendo laborado sempre de acordo com a lei, assim como todos os demais funcionários que integram o quadro de pessoal daquela conservatória.

No âmbito da investigação, terão sido confrontados os supostos recibos que provavam os pagamentos e os registos feitos pela funcionária, com os recibos da Conservatória, chegando-se à conclusão que aqueles eram diferentes dos que saiam das várias aplicações informáticas utilizadas nesta repartição.

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